Apagão atingiu também o leste mineiro, afirma Operador Nacional do Sistema Elétrico
TC Online
08/11/2019

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O apagão no horário do almoço desta quarta-feira (6) atingiu, além de vários municípios do norte do Estado, também o leste de Minas Gerais. De acordo com a assessoria da EDP, o apagão foi provocado por uma queda no Sistema Interligado Nacional (SIN) em Minas Gerais.
Em nota, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) explica que às 12h35 desta quarta “ocorreu uma perturbação na área leste de Minas Gerais e norte do Espírito Santo”, com o desligamento da linha de transmissão 500 kV Mesquita-Vespasiano e da linha de transmissão 500 KV Mesquita-Viana 2. “Às 12h48, foi ligada a LT 500 KV Mesquita-Vespasiano, iniciando a normalização das cargas”.
Ainda de acordo com a ONS, “a EDP informou que houve uma interrupção de 457 megawatts no Espírito Santo”, e que “a normalização das cargas foi iniciada às 12h47 e concluída às 13h20“.
Em Minas Gerais, a ONS afirma que “dados preliminares indicam que houve uma interrupção de cerca de 900 megawatts, sendo as cargas completamente recompostas até às 14h”.
A EDP explica que, como o Espírito Santo recebe o fornecimento de energia elétrica em linhas de transmissão de alta tensão localizadas ao sul, norte e na área central do Estado, apenas os municípios do norte foram afetados com o apagão desta quarta-feira, devido à queda de energia registrada nas duas linhas de transmissão originárias de Minas Gerais. Ainda segundo a EDP, as localidades atendidas pela empresa Luz e Força Santa Maria também foram atingidas pelo apagão.
Sobre o assunto
Apagão elétrico causa transtornos em Ipatinga e atinge a Usiminas
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Nos meses de outubro e novembro do corrente ano ocorreram apagões sequenciais no estado de Minas Gerais, deixando a população de certa forma meio confusa com o ocorrido. Houve um grande desligamento no município de Ipatinga, prejudicando as operações da Usiminas, a maior siderúrgica do país, situação que se estendeu por todo leste mineiro. Ainda sem se saber as reais causas dos desligamentos havidos, as comunidades tentam, a todo custo, contabilizar os prejuízos e voltar à vida normal. Casos como esses, volta e meia vem à lembrança o triste episódio dos racionamentos de energia elétrica ocorrido no ano de 2001, cuja região Nordeste padeceu com o Plano B, os chamados feriadões, manobra que veio assegurar a continuidade na geração de energia na região, embora em patamares sofríveis. Em 2011, escrevi um artigo no EcoDebate, intitulado “Geração de energia elétrica do Nordeste: uma pilha fraca no final do túnel”, no qual, dentre outros assuntos, expliquei, com os devidos detalhes, as dificuldades de se gerar energia, com os reservatórios das hidrelétricas apresentando baixos níveis de acumulação. Naquele ano, as capacidades sofríveis dos reservatórios das hidrelétricas, se tornaram o principal motivo dos desligamentos havidos no desidratado ano de 2001, em todo País. Como ainda não se chegou aos reais motivos dos desligamentos verificados em Minas, veio-me a inquietação sobre a possibilidade de os baixos níveis apresentados atualmente nos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste (cerca de 21,04%, apenas) venham a ser um dos principais motivos apresentados para os recentes apagões verificados no Vale do Aço mineiro. De resto, é ficar na torcida para que os reservatórios tenham os seus níveis recuperados, com a chegada da quadra chuvosa prevista para o mês de novembro na região.
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