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Potencial eólico do estado equivale à produção de uma usina como Itaipu

Publicado: Sexta, 07 de Dezembro de 2018, 09h24 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h29 | Acessos: 295

24/11/2018
De acordo com o Atlas Eólico Nacional, produzido pelo governo federal, o potencial de geração no Nordeste chega a 75 gigawatts (GW). A estimativa do potencial baiano é de17,5GW. Para um leigo, esse número pode não representar muita coisa, mas a capacidade da Bahia é o equivalente à produção da usina de Itaipu. Investidores internacionais confirmam o potencial baiano, tanto que estão dispostos a explorá-lo. Mas, mesmo diante do otimismo, dizem ser ainda difícil atingi-lo. Isso porque existem limitações técnicas, como logística e infra-estrutura, que rebaixam o poder local para cinco gigawatts.
Até hoje, existe somente um projeto de construção de parque eólico outorgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o estado da Bahia: a usina BA-3, no município de Caetité, que terá capacidade para gerar 192kW. De propriedade da Heraklion Participações S/A, a usina ainda não teve suas obras iniciadas.
POTENCIAL Outra empresa que está de olho na produção de energia eólica local é a Sowitec Brasil Energias Alternativas, sediada em Natal, mas de origem alemã. Ao todo, a empresa tem 54 projetos no Brasil, sendo 25 para desenvolvimento em território baiano. Aqui, a capacidade de produção é de três mil megawatts, ou seja, três giga watts. Destes projetos, um está com pedido de licença ambiental em tramitação no Instituto do Meio Ambiente (IMA), antigo CRA. De acordo com Thomas Schulthess, sócio-diretor da multinacional, os projetos - a serem executados pelos próximos cinco anos -, somente na Bahia, estão orçados em R$15 bilhões. O dinheiro necessário para viabilizar os projetos virá de financiamentos internacionais. 'Todo o capital está assegurado por investidores europeus. O problema é que queremos fazer, mostramos através de projetos técnicos que é possível, mas esbarramos na burocracia'.
Empresa reclama de morosidade
A demora em liberar os projetos, segundo Thomas Schulthess, gera instabilidade No mercado. 'Sequer temos perspectiva sobre a licença de localização devido à demora dos órgãos ambientais, o que nos deixa numa situação instável'. O projeto a que se refere o empresário é para instalação de um parque eólico em Sobradinho e é tocado em parceria com a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). A expectativa é que sejam gerados mil megawatts. 'Apesar de ser o projeto mais avançado, ele está há quase seis meses parado por falta de licenciamento'.
Em resposta, a assessoria de imprensa do IMA confirmou que consta nos registros do órgão o pedido de licença de localização de número 2008-008573/ TEC/LL- 0073, mas negou morosidade na tramitação do documento. O órgão diz ainda que o processo está paralisado devido a uma notificação datada do mês de agosto para que a Sowitec providenciasse documentação extra.
Especialista defende modelo
O doutor em política energética pela Universidade de Londres e professor da Universidade Salvador (Unifacs), Osvaldo Soliano, garante que a energia eólica, aliada à energia solar, são fontes viáveis e indispensáveis para o futuro das nações.
De acordo com ele, a utilização dessas forças renováveis, em detrimento dos combustíveis fósseis, é 'uma direção viável e vantajosa'. 'Além de serem praticamente inesgotáveis, elas podem apresentar impacto ambiental muito baixo ou quase nulo, sem afetar o balanço térmico ou a composição atmosférica do planeta', explica.
Soliano, que é presidente da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético e diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima, diz que a Bahia possui um dos maiores potenciais eólicos do país. 'Vejo o estado, num médio prazo, como um grande exportador de energia eólica. Num prazo maior, certamente, vejo como um exportador de energia solar. Portanto, a Bahia terá um papel de destaque para o cenário nacional na produção de energias renováveis'.
O especialista diz ainda que a 'energia dos ventos' é limpa, com leves impactos visuais e sonoros. 'Já se chegou ao consenso sobre a importância desse tipo de produção energética, por ser limpa e sustentável. O preço dela é competitiva, não polui o meio ambiente'. Para ele, o principal problema da energia eólica é a necessidade de um planejamento maior para execução e exploração, já que depende da intermitência dos ventos. 'Os períodos que têm mais vento são os que têm menos água no Nordeste. Portanto, até mesmo essa complementaridade entre os regimes hídricos e eólicos pode ser favorável à Bahia'.
Fonte para geração de empregos
A energia eólica é apontada como um importante gerador de emprego, pois possibilita a criação de mais postos de trabalho do que qualquer outra fonte de energia. Estima-se que, para um parque eólico de 100MW, sejam gerados 250 empregos diretos na sua construção e mais 50 empregos para posterior manutenção e operação. Cada mega watt representa um investimento de R$5 milhões.
Os aerogeradores, ou seja, geradores elétricos integrados ao eixo de cata ventos (cuja missão é converter energia eólica em energia elétrica), não podem ser instalados de forma rentável em qualquer área, já que exigem ventos constantes, mas não excessivamente fortes. Este tipo de gerador tem se popularizado rapidamente devido ao fato de a energia ser renovável e limpa, diferente da queima de combustíveis fósseis, que produzem resíduos poluentes e agridem a natureza.
FONTES RENOVÁVEIS
1 O vento existente nos seis continentes é suficiente para suprir o consumo mundial de energia em mais de quatro vezes o nível atual. Desde os anos 70, o governo dinamarquês apóia a implementação da indústria de energia eólica Na Dinamarca, existem mais pessoas trabalhando na indústria de energia eólica do que na pesca.
2 A luz solar que ilumina a Terra a cada hora é suficiente para suprir as necessidades humanas por um ano inteiro. Há muitas maneiras de utilizar esta fonte de energia: coletores solares térmicos, que podem aquecer a água e o ar para casas e instalações industriais; ou energia solar foto voltaica (PV), que gera eletricidade diretamente a partir da luz do sol.
3 Plantações podem ser cultivadas para a produção de combustíveis e a com postagem de material vegetal também pode ser usada para produzir gás metano, que, por sua vez, pode ser utilizado como combustível. Resíduos florestais e agrícolas também podem ser usados para produzir eletricidade e aquecer, sem causar o aumento dos níveis de CO2.
4 Os projetos de usinas hidrelétricas de pequena escala usam o fluxo natural das águas dos rios para gerar eletricidade. Unidades hidrelétricas familiares contam com pequenas turbinas que usam o fluxo da água para gerar eletricidade para casas. Na China, cerca de 45 mil pequenos projetos de pequenas hidrelétricas geram energia para mais de 50 milhões de pessoas.
(Reportagem publicada na edição de 24/11/2008 do CORREIO)
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