Maior reservatório do Nordeste tem melhor volume de água desde o início da seca
Com o volume do Lago de Sobradinho em 22,7%, a expectativa é que vazão do reservatório aumente, o que pode ajudar a reduzir valor da conta de luz
Angela Belfort e Bianca Bion
28/11/2018

Em 2017, Sobradinho havia atingido o menor nível de água da história
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil
Maior reservatório de água do Nordeste, o Lago de Sobradinho volta a ter seu melhor volume de água, desde o início da seca em 2012, atingindo um nível de 22,7%. As chuvas que caíram em Minas Gerais tiraram a barragem de uma situação de colapso e voltaram a trazer esperança à região do São Francisco. Em novembro do ano passado, Sobradinho quase agonizou, alcançando seu estágio mais crítico em 5 anos, com volume de 1,08%. Um ano depois, o reservatório volta a ganhar vida. Com a melhora nos volumes, a expectativa é que a Agência Nacional de Águas (ANA) autorize o aumento da saída de água do reservatório e beneficie os usuários, a geração de energia hidrelétrica e a produção agrícola. Desde o começo da estiagem, a vazão foi sendo reduzida ano a ano e chegou ao menor patamar da história em 2017, quando ficou em 550 metros cúbicos por segundo (antes da seca era de 1,3 mil m³/s). Como o período chuvoso na região se estende até maio de 2019, a previsão é de que os níveis do reservatório ainda avancem. Um verdadeiro presente para Sobradinho, que completa 40 anos de inauguração no próximo ano.
Entre os usuários, a expectativa é de que a ANA libere a vazão do reservatório para algo entre 800 m³ e 900 m³ por segundo a partir do início de 2019. “Hoje estamos autorizados a utilizar a vazão mínima de 550 m³/s, mas com a melhoria já se pode chegar a 700 m³/s. Se a vazão mínima autorizada chegar a 900 m³/s, a geração de energia poderá ter um incremento de 900 MW”, calcula o diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin. Isso significa um crescimento de 30% em relação à produção atual de 3.000 MW. O engenheiro destaca que, desde o início da estiagem, a participação da geração hidrelétrica caiu de 60% para 30% da matriz energética do Nordeste. A companhia tem capacidade instalada para gerar 10,6 mil MW, mas hoje só produz um terço do potencial.
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