De acordo com a Abeeólica, a energia produzida com ventos está chegando a atender quase 14% do Sistema Interligado Nacional (SIN). No caso específico do Nordeste, os recordes de atendimentos a carga ultrapassam 70% da energia produzida na região.

"O dado mais recente de recorde da região é do dia 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da demanda foi atendida pela energia eólica, com geração média diária de 7.839,65 MWmed [megawatts médio] e fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma máxima às 8h, com 82,34% de atendimento da demanda e 85,98% de fator de capacidade. Vale mencionar também que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador de energia durante todo dia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado que é por natureza importador de energia", disse a Abeeólica.

Em 2007 publiquei um artigo no Repórter Brasil, intitulado: “A propósito das indefinições da geração de energia hidráulica no Nordeste brasileiro”. Nele comentei sobre a necessidade de ampliação da matriz energética nacional, com outras fontes e formas de energia, diante de um sistema de geração hidrelétrico, o qual, à época, já apresentava sinais de limitação. Ao ter acesso às informações sobre o atual sistema de geração eólica no País, como essas da matéria em apreço, passo a entender que os meus argumentos decanos faziam todo sentido. Os sistemas de geração ditos “limpos” têm potencial de aplicabilidade bastante interessante no Nordeste brasileiro, não só em se tratando da energia eólica, mas, e principalmente, da solar, que tem, na região, um enorme potencial de uso. Os chuveiros elétricos consomem cerca de 7% da energia que é gerada no País. Um programa de substituição de chuveiros elétricos por modelos que utilizam água aquecida por sistemas solares, traria uma enorme economia para o setor elétrico da nação brasileira. Afinal, a região semiárida nordestina é detentora de cerca de 3.000 horas de luz solar por ano.