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Aquecimento global: Oceano Ártico derrete 13% por década, e Polo Norte pode não ter gelo no verão

Publicado: Segunda, 26 de Novembro de 2018, 10h13 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h31 | Acessos: 867

18/11/2018
Vista do Oceano Ártico de um DC-3 especialmente equipado na Estação Nord, um posto militar e científico dinamarquês na Groenlândia. (Foto: Reprodução)

Nos últimos 40 anos, graças às medições por satélites, cientistas descobriram uma diminuição gradual na cobertura de gelo do mar do Ártico. O aquecimento global tem reduzido em aproximadamente 13% por década a extensão do gelo na região, durante o verão – período em que normalmente os níveis já são mais baixos. Com isso, alguns pesquisadores preveem que, a partir da metade do século, o Ártico corre o risco de não ter mais gelo durante os verões.
A extensão do gelo é só uma parte da história. Os cientistas querem descobrir também a espessura, pois associada à extensão, mostra o volume total de gelo presente no Ártico.
O problema é que a espessura também vem diminuindo drasticamente já que, ao derreter o gelo plurianual, camada mais grossa, deixa ainda mais fina a camada de gelo de primeiro ano. Além disso, ventos e correntezas podem empurrar gelos mais antigos para fora do Ártico.
Medir a espessura de gelo marítimo é mais complicado do que determinar a extensão. Existe um satélite europeu chamado Cryosat-2 que, por meio de um radar, consegue precisar a elevação e, por consequência, a espessura do gelo. Mas esse satélite trabalha melhor no inverno; no verão, quando o gelo está derretendo, tem dificuldade de distinguir o que é gelo e águas abertas. Um outro satélite, o ICESat-2, lançado pela Nasa (a agência espacial americana) em setembro, possibilita dados ainda mais precisos sobre a espessura, porém, enfrenta limitações similares durante o verão.
Para preencher as lacunas, alguns governos e grupos civis têm conduzido expedições de medição no verão usando aeronaves. A última aconteceu em julho e agosto passados, liderada por pesquisadores do Instituto Alfred Wegener, baseado em Bremerhaven, na Alemanha.
Pesquisadores operando a partir da Estação Nord, uma base militar e estação científica dinamarquesa localizada na Groenlândia, a 924 km ao norte do Círculo Polar Ártico, mediram a espessura do gelo no Oceano Ártico e no Estreito de Fram, que separa a Groenlândia do arquipélago norueguês de Svalbard.
Para determinar a espessura, o programa do Instituto Wegener, comandado por Thomas Krumpen, físico especializado em gelo marinho, utiliza um dispositivo eletromagnético, similar a um detector de metais, que mede a diferença de condutividade elétrica entre o gelo e a água do mar.
O instituto iniciou o uso desse tipo de detectores em 2002, primeiramente com os scanners presos a um trenó, escorregando pelo gelo, e, posteriormente, carregados por helicóptero. Mas em ambos os casos, a área a ser explorada era limitada. Segundo Krumpen, para se obter medidas relevantes relativas ao gelo marinho, é preciso cobrir grandes distâncias.
Desde 2011, o EM-Bird, um projétil em forma de torpedo, tem conseguido dimensionar uma área maior com a ajuda de um avião, um DC-3 personalizado, que sobrevoa com o EM-Bird suspenso por um cabo a apenas 21 metros da superfície.
Os voos de baixa altitude exigem muito planejamento e boa visibilidade. Por isso, a equipe de Wegener – que nesse verão ganhou mais dois pilotos, um engenheiro, um mecânico e outro cientista, além de Krumpen – discute exaustivamente as condições climáticas.
“Para esse tipo de voo, é essencial ter informação confiável sobre a previsão do tempo, afinal, tudo se resume a encontrar o melhor lugar para executar a operação da forma mais segura possível”, explica.
A equipe da Estação Nord é composta por seis soldados, que trabalham em esquema de rodízio pelo período de dois anos. Eles ficam isolados e sozinhos – exceto pela companhia de dois cachorros da patrulha de trenó – de outubro a março, quando os cientistas começam a chegar.
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