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Aquecimento global já atinge até as regiões mais frias do planeta

Publicado: Segunda, 27 de Agosto de 2018, 10h15 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h31 | Acessos: 479

Derretimento de algumas das geleiras mais fortes e estáveis do Oceano Ártico são prenúncio de uma "catástrofe prática para a humanidade", alerta pesquisador.


Galileu

23/08/2018
DEGELO DO ÁRTICO JÁ ATINGIU ATÉ AS REGIÕES MAIS FRIAS. (FOTO: NICK COBBING/GREENPEACE)

O mar da costa norte da Groenlândia já foi chamado de “a última área de gelo”. Por lá, o gelo é tão grosso e estável, com poucas mudanças mesmo durante o verão, que muitos acreditavam que seria o último lugar a derreter. Picos de temperatura anormais em fevereiro e no início deste mês mudaram essa história. Deixou a camada de gelo vulnerável aos ventos e se rompeu pela primeira vez que se tem registro.

No extremo norte da Noruega, na região de Svalbard, a cobertura de gelo do Ártico está 40% abaixo da média para esta época do ano desde 1981. Embora situações menos dramáticas em outras partes do Ártico indiquem que provavelmente este não será o pior ano para o gelo no polo norte, mas vão de encontro às previsões de que entre 2020 e 2050, talvez até antes, o Oceano Ártico pode descongelar completamente durante verão. As consequências são catastróficas.

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Apenas algumas décadas atrás, mais de três metros gelo de espessura cobria o Pólo Norte, com cumes de gelo abaixo da superfície em algumas partes do Ártico se estendendo até 45 metros. Agora, esse gelo já não existe há muito tempo, enquanto o volume total do gelo marinho do Ártico no final do verão declinou, de acordo com duas estimativas, em 75% em meio século.

Com o constante desaparecimento da cobertura de gelo polar, estamos perdendo um vasto sistema de ar condicionado que ajudou a regular e estabilizar o sistema climático da Terra por milhares de anos. Essa "espiral da morte" do gelo marinho do Ártico representa mais do que apenas uma grande reviravolta ecológica no extremo norte do mundo.

O declínio do gelo marinho do Ártico também tem profundos efeitos climáticos globais, que já estão intensificando o aquecimento global e têm o potencial de desestabilizar o sistema climático.

O ponto mais básico é transformar o Oceano Ártico de branco para azul, o que altera o albedo da região - a quantidade de radiação solar refletida em uma superfície. O gelo marinho, no verão, reflete cerca de 50% da radiação que chega ao espaço. Sua substituição por água aberta - que reflete cerca de 10% da radiação solar recebida - está provocando um alto aquecimento em todo o Ártico.

Com o mar exposto, absorvendo enormes quantidades de radiação solar no verão, a temperatura da água está subindo vários graus, com áreas mostrando um crescimento de 7 ºC na temperatura. Assim, o sistema que já foi um vasto condicionador de ar começou a se transformar em um aquecedor. Quanto calor extra as águas escuras do Oceano Ártico no verão adicionam ao planeta? Um estudo recente estima que é equivalente a adicionar outros 25% às emissões globais de gases do efeito estufa.

Com mais do Oceano Ártico se tornando livre de gelo no verão, mais ondas estão sendo geradas. No verão, essa ação aumentada de ondas quebra grandes blocos de gelo em fragmentos menores e acelera seu derretimento. Então, no outono, tempestades maiores alimentadas por águas abertas causam a mistura induzida por ondas do Oceano Ártico, que traz o calor absorvido durante o verão. Isso aquece a água, dificultando a formação de gelo no outono.
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