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CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO HIDROLÓGICO DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO

Publicado: Segunda, 08 de Abril de 2019, 10h17 | Última atualização em Segunda, 08 de Abril de 2019, 10h17 | Acessos: 394

Válvula de perenização do rio Mamuaba (PB)

JOÃO SUASSUNA, Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

Recife, maio de 1999 

APRESENTAÇÃO

É muito comum no Nordeste se questionar a existência de água quando da compra de uma propriedade ou mesmo em discussões sobre fatores de produção na agropecuária local. Volta e meia, questões sobre o precioso líquido vêm à tona com muita persistência. Não poderia ser diferente. O Nordeste é uma região que apresenta peculiaridades bem marcantes em suas características geoambientais, provavelmente únicas no mundo, as quais resultam na existência de baixas reservas hídricas, tanto de superfície como de subsolo, reservas essas de difícil acesso, principalmente em sua região semi-árida e, não raro, com expressivos teores salinos nesses mananciais. Dessa forma, querer-se discutir a questão da água sem o conhecimento prévio, mais aprofundado, de outros aspectos, principalmente os relacionados ao clima e ao solo da região, que têm significativa importância no estabelecimento do potencial de disponibilidade e, principalmente, de qualidade é, no nosso modo de entender, pura utopia. As discussões deveriam passar, necessariamente, por outro tipo de tratamento, principalmente partindo daqueles que acreditam na água como fator de redenção da região.

Sua importância é inegável, sobretudo numa região com uma população estimada em 45 milhões de pessoas. Mas a forma de como esta questão está sendo tratada é equivocada e, em muitos casos, inconseqüente, havendo a necessidade de se estabelecerem critérios mais científicos e com uma visão mais realista, na qual as limitações, tanto de quantidade como de qualidade, passem a fazer parte do universo nordestino.

Preocupados com essas questões e, inclusive, levando em consideração a grande contradição existente no discurso sobre o uso da água e o real potencial oferecido pela região, é que nos dispusemos a realizar o presente documento, fruto da compilação e organização de textos previamente elaborados por nós na Fundação Joaquim Nabuco, que acreditamos terem um conteúdo realístico, de acordo com o objetivo que se deseja alcançar, qual seja, o de prestar o devido esclarecimento sobre a realidade hídrica nordestina, notadamente nos aspectos de oferta e uso da água na região.

Organizados os textos, vislumbrou-se a necessidade de se esquematizar o documento em quatro temas principais de acordo com os assuntos neles abordados. A questão da água passou a ser tratada sob a perspectiva de identificação dos potenciais existentes na região e suas limitações; das tecnologias de uso; da problemática de mineralização das águas traduzida em termos de salinização e de alerta sobre a implementação do polêmico projeto de transposição do rio São Francisco.

Esse trabalho não tem a pretensão de ser conclusivo com relação às questões levantadas. Muito pelo contrário. O que se pretende é, tão somente, contribuir para um melhor entendimento das questões relacionadas com a utilização da água no Nordeste, esperando que, através dele, o tema venha a ser discutido em novos cenários e dentro de uma perspectiva de clareza e de bom senso.

 

SUMÁRIO

 

POTENCIALIDADES E LIMITAÇÕES

- Água no planeta: origem, quantidades globais e consumo potencial.

- Água potável no Semi-árido nordestino: escassez anunciada.

- El Niño e La Niña: instabilidade dos fenômenos cria dificuldades nas previsões meteorológicas.

 

TECNOLOGIA DE USO

 

- Transferência de tecnologia na agricultura: um decalque mal feito.

- Água no Semi-árido nordestino: contradições nas ações de uso.

- A pequena e média açudagem no Semi-árido nordestino: uso da água para produção de alimentos.

 

SALINIZAÇÃO

 

- A salinidade de águas do Nordeste semi-árido.

- O processo de salinização das águas superficiais e subterrâneas no Nordeste brasileiro.

- Estudo da salinidade de águas utilizadas em pequena irrigação no Nordeste, e da sua evolução sazonal, durante os anos de 1988 e 1989.

 

TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

 

- Transposição das águas do rio São Francisco para o abastecimento do Nordeste semi-árido: solução ou problema?

- Transposição do rio São Francisco: um erro que poderá ser fatal.

- Transposição do rio São Francisco: possibilidades técnicas versus vontade política.

- Transposição do velho Chico: de adivinhão a profeta.

- Vontade política é a verdadeira seca do Nordeste.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

Arquivo em formato auto-descompactável, contendo o documento completo em MS Word 97 (3 Mbytes).

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