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Região do Araripe sofre impacto do desmatamento

Publicado: Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h33 | Última atualização em Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h33 | Acessos: 839

Caatinga é mais degradada na área dos cinco municípios do polo gesseiro.

 

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco (Sectma)


06/08/2005

Em 15 anos, a cobertura florestal da região do Araripe, no Sertão de Pernambuco, sofreu uma baixa em aproximadamente 169 mil hectares (ha). O desmatamento da Caatinga, vegetação nativa do Agreste e Sertão pernambucanos, foi causado - principalmente - pela falta de controle na exploração da lenha e ausência de um plano de manejo. Dos 15 municípios que formam a região, apenas 45,28% ou 810 mil hectares da área estão cobertos pela vegetação. A região mais afetada está localizada no pólo gesseiro, formado por cinco municípios, onde restam apenas 29% de Caatinga.

 

Os dados fazem parte do projeto Proteção Ambiental da Região do Araripe no Estado de Pernambuco, realizado em parceria entre o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma). "O estudo nos ajudará a promover o uso sustentável dos recursos naturais e geração de benefícios socioeconômicos na região", afirmou a secretária executiva de meio ambiente, Alexandrina Sobreira. As informações foram obtidas através do Diagnóstico Ambiental do Araripe, realizado pela empresa de consultoria contratada, Geophoto-Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto Ltda, no período de 2003 a 2005.

 

Produção - De acordo com o consultor, Eliseu Toniolo, a produção de gesso é responsável por 92% do uso da lenha, tornando-se a principal fonte degradadora da Caatinga. "Os 8% restantes são representados por outras atividades, como casas de farinha. Mas a agricultura também pode ser degradadora", ressaltou, recomendando como soluções para a área a adoção de planos de manejos e fiscalização. O pólo gesseiro do Araripe, formado por Araripina, Trindade, Ipubi, Bodocó e Ouricuri, é responsável por 95% da demanda do mercado nacional. "O problema não é utilizar a lenha para produzir gesso, mas como se faz isso", afirmou o representante do Sindicato das Indústrias de Gesso (Sindugesso), Laudenor Lins.

 

Entre 1999 e 2004, o volume de produção de gesso no pólo cresceu 33%, gerando um total de 3,6 milhões de toneladas de gesso, pré-moldado e gipsita. "O problema é que apenas 2% a 3% da lenha consumida é resultado de um plano de manejo, o resto é lenha clandestina", disse Toniolo. Segundo ele, para o consumo estimado de 1.9 milhão de metro estéril (st) de lenha, são necessários o manejo de 12.7 mil hectares por ano. Atualmente, existem 17 planos de manejo em execução, ocupando uma área de 4.7 mil hectares e produzindo 4.3 mil st/ha. O consultor destacou que atividades como gado, agricultura e apicultura (criação de abelhas) podem ser aproveitadas no manejo.

 

O diagnóstico, que utilizou entre outros meios imagens de satélites e bases cartográficas, identificou 308 áreas potenciais para manejo na região. Toniolo informou que em partes baixas da chapada o ideal seria esperar 15 anos para voltar a cortar a vegetação. "A vegetação não deve ser cortada com menos de 20 centímetros e esse é o tempo que ela leva para voltar ao tamanho inicial", esclareceu. De acordo com Alexandrina, o documento servirá como banco de dados para as próximas ações e criação de parcerias.

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