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Caatinga sofre devastação de 82,81%

Publicado: Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h34 | Última atualização em Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h34 | Acessos: 390

Estudo mostra que redução em município sertanejo ocorre paralelamente ao aumento da extração de gipsita, usada na fabricação de gesso.

 

http://www.ecodebate.com.br/Principal_vis.asp?cod=3488&cat=

 

EcoDebate

 

12/10/2006

 

A caatinga sofreu em 28 anos redução de 82,81% em Araripina, no Sertão de Pernambuco, revela pesquisa. O levantamento, com base em imagens de satélite, mostra que, dos 93.001,27 hectares existentes em 1973, restavam apenas 50.872,47 em 2001.

No mesmo período, a extração de gipsita na região passou de 200 mil toneladas para 1,4 milhão de tonelada ao ano. O minério é usado na fabricação de gesso. No processo, chamado de calcinação, muitas vezes se usa lenha.

O autor do estudo, Joadson de Souza Santos, diz que não há como comprovar que a caatinga desmatada abasteceu os fornos da região.

“Mas, como Araripina abriga o pólo gesseiro, é provável que a lenha tenha abastecido as calcinadoras”, explica o pesquisador, professor da Faculdade de Ciências Agrárias de Araripina. O corte era feito ainda para a implantação de lavouras, principalmente de mandioca.

Santos analisou duas imagens do satélite Landsat, uma de 1973 e outra de 2001. O trabalho faz parte da dissertação do agrônomo para o mestrado no Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep), defendido em agosto.

Ele analisou quatro tipos de caatinga: arbórea, arbustiva, arbustiva-arbórea e carrasco. A que sofreu maior impacto foi a arbustiva-arbórea, que perdeu 52,97%.

O pesquisador lembra que, além de reduzir a oferta de lenha, o desmatamento elimina plantas frutíferas e medicinais. “Também se constitui numa ameaça à fauna e ao solo, que pode ficar degradado”, alerta.

Entre os impactos ambientais observados em Araripina, a 684 quilômetros do Recife, Santos aponta a poluição atmosférica resultante do beneficiamento da gipsita, a degradação de vastas áreas pela mineração e a destruição de sítios paleontológicos.

O agrônomo, que apresentou o resultados em dois eventos científicos – o 2º Congresso Nordestino de Ecologia e o Geonordeste 2006 – pretende agora fazer o monitoramento semestral da vegetação de Araripina, com 1.847 quilômetros quadrados.

Para isso, precisa de financiamento para a aquisição, a cada seis meses, de uma imagem de satélite. Os equipamentos para acompanhar a evolução do desmatamento no lugar incluem ainda um laptop, um aparelho para medir as coordenadas geográficas do tipo GPS (Global Position Sistem, na sigla em inglês) e uma câmera digital.

O objetivo é emitir boletins semestrais sobre o desmatamento. Outra recomendação do trabalho de mestrado é a seleção de áreas prioritárias para recuperação da vegetação nativa. “É necessário ainda recuperar as microbacias, também impactadas pelo desmatamento”, avalia o pesquisador.

A caatinga é o único ecossistema exclusivo do território brasileiro – a mata atlântica, o Pantanal e a floresta amazônica se estendem por outros países.

Originalmente se estendia por 734.478 quilômetros quadrados, o equivalente a 70% do Nordeste e 11% do território nacional. Vinte e sete e meio por cento – 201.768 quilômetros quadrados – deram lugar à agricultura e à agropecuária.

(www.ecodebate.com.br) matéria originalmente publicada pelo Jornal do Commercio, PE - 11/10/2006

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