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Pesquisadores 'redescobrem' espécies no Rio Grande do Norte

Publicado: Quarta, 29 de Mai de 2019, 11h24 | Última atualização em Quarta, 29 de Mai de 2019, 11h24 | Acessos: 621

Trabalho no Parque da Furna Feia registrou 14 mamíferos terrestres silvestres diferentes.

 

Assista ao vídeo da matéria, no endereço abaixo

 

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2019/05/08/pesquisadores-redescobrem-especies-no-rio-grande-do-norte.ghtml

 

Terra da Gente


08/05/2019

 

O Parque Nacional da Furna Feia, no Rio Grande do Norte, criado em 2012 com o objetivo de preservar os ecossistemas naturais da região, promover a educação ambiental e o turismo ecológico, guarda belas imagens aos visitantes. Desde o ano passado, um grupo de biólogos e pesquisadores vem publicando trabalhos científicos e divulgando imagens que deram destaque a animais até então pouco observados no lugar, como veados-catingueiros, gatos-do-mato, raposas, guaxinins, tamanduás e até mesmo onças-pardas.

Filhote de veado-catingueiro foi outra grata surpresa para os pesquisadores: trabalho vem gerando frutos — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

Filhote de veado-catingueiro foi outra grata surpresa para os pesquisadores: trabalho vem gerando frutos — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

 

As observações foram consideradas uma grande surpresa. A unidade de conservação se estende por mais de 8 mil hectares entre os municípios de Baraúna e Mossoró, no Oeste potiguar. Isso equivale a cerca de 8 mil campos de futebol.

 

“Conhecer o parque e seu rico ecossistema é fundamental para a eficiência da conservação, que passa por todos nós, da população residente do entorno à equipe gestora da unidade.”

— Lúcia Guaraldo, analista ambiental do Parque da Furna Feia

 

A presença dessas espécies é um importante indicativo de “saúde” da natureza na região, uma vez que os animais realizam funções ecológicas como a dispersão de sementes e controle da vegetação. O objetivo principal dos pesquisadores que integram o Projeto Felinos da Furna Feia - que nasceu em 2013 no Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) - foi, particularmente, identificar quais espécies de felinos silvestres ocorrem na região e o quanto as suas populações estão saudáveis. Entre os bichos, foram identificados indivíduos ameaçados de extinção, como o gato-do-mato-pintado, por exemplo.

Imagem do gato-do-mato-pintado: espécie ameaçada de extinção pode ser mais protegida — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

Imagem do gato-do-mato-pintado: espécie ameaçada de extinção pode ser mais protegida — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

 

Esse trabalho fortalece a necessidade de conservação da área do parque, que também é rico em cavernas e pinturas rupestres. Desde o início do projeto, já foram registrados no local 14 espécies de mamíferos terrestres silvestres, das quais 11 são espécies de médio ou grande porte, incluindo três espécies de felinos.

Macaco-prego percebe a câmera e fica curioso: biodiversidade valiosa na caatinga — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

Macaco-prego percebe a câmera e fica curioso: biodiversidade valiosa na caatinga — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

 

Como já mencionado, vivem no parque outros animais, como o veado-catingueiro, o macaco-prego, o tamanduá-mirim e, claro, os gatos-do-mato, objetos de muitos estudos. Além disso, também já foi visualizado um gato-mourisco - ameaçado de extinção no Brasil -, reforçando a importância do parque para preservar espécies vulneráveis.

Instalação das câmeras de monitoramento: fonte de material rico para pesquisas  — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

Instalação das câmeras de monitoramento: fonte de material rico para pesquisas — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

 

Atuando em três diferentes frentes de trabalho, o projeto tomou algumas iniciativas com apoio da gestão do parque, dos moradores locais, além do fundo internacional de conservação The Mohamed bin Zayed Species Conservation Fund. Em primeiro lugar, foi feito o levantamento dos dados das espécies em campo, tentando identificar os seus habitats preferenciais e o tamanho das suas populações com ajuda de câmeras especiais instaladas na floresta. Esses equipamentos possuem sensores de calor e movimento que permitem o registro automático de todos os animais que passam na sua frente.

 

“O estudo desenvolvido será, inevitavelmente, incluído no Plano de Manejo em elaboração no Parque Nacional da Furna Feia."

— Lúcia Guaraldo, analista ambiental

 

Crianças

 

Em seguida, foram realizadas mais de 90 entrevistas com os moradores locais para saber seus conhecimentos e suas relações com os felinos silvestres e com o parque como um todo. Por fim, foram feitas ações de divulgação e valorização desses animais e da biodiversidade do local em escolas da região. O trabalho envolveu mais de mil crianças e adolescentes que estudaram sobre os animais que existem logo ali, muitas vezes a poucos quilômetros de casa, mas que muitos nunca tinham visto ou sequer ouvido falar.

Tatu-peba está na lista de animais localizados no parque de Furna Feia: grande diversidade — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia 

Tatu-peba está na lista de animais localizados no parque de Furna Feia: grande diversidade — Foto: Divulgação/Projeto Felinos da Furna Feia

 

A próxima etapa do projeto é a compilação e análise dos dados coletados para gerar informações relevantes para os gestores ambientais, inclusive para a elaboração do seu plano de manejo. Para além da contribuição com o parque, o grupo de pesquisadores, liderado pelo doutorando Paulo Henrique Marinho e pelo professor Eduardo Venticinque, ambos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pretende continuar estudando e divulgando a rica e subestimada biodiversidade da Caatinga potiguar para os cientistas e para os moradores do sertão.

 

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