Mesmo com mais chuvas em 2018, reservatórios do Nordeste têm pouca água
Previsão é de chuva abaixo da média para a região em novembro, dezembro e janeiro.
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Globo Rural – Edição de 18/11/2018
É baixo o nível dos reservatórios em parte do nordeste
Choveu um pouco mais no Nordeste em 2018, depois de anos de seca. Mas em muitas regiões, como Pernambuco e Rio Grande do Norte, tem pouca água nos reservatórios.
No sertão de Pernambuco, o período chuvoso acabou no mês de abril. E de acordo com dados do Instituto Agronômico do estado, a precipitação média foi abaixo do esperado. Por causa disso, teve agricultor que perdeu tudo o que plantou.
"Eu esperava tirar uns 40 sacos. O ano passado eu tirei 40 e poucos sacos e este ano não dá dez", conta o produtor Anacleto de Souza Moreno.
A falta de chuvas tem se refletido nos mananciais. A barragem de Jucazinho, na região Agreste, está com apenas 5% da capacidade.
"Como a chuva é mal distribuída, alguns agricultores plantaram em fevereiro e colheram um pouco. Mas quem plantou em abril, foi perda total", diz o agrônomo Fábio Cesar.
Na zona rural de Caruaru, a 132 quilômetros do Recife, a vegetação está seca. Na propriedade de Luiz Tiburcio, por exemplo, os animais são alimentados com o que sobrou da silagem de milho que foi armazenada.
A previsão é de que os meses de novembro e dezembro de 2018, além de janeiro de 2019, sejam de pouca chuva no estado. No Agreste, só deve chover de forma mais significativa a partir de março.
Rio Grande do Norte
Desde o início da seca, em 2012, que não chovia tão bem no Rio Grande do Norte. A chuva trouxe fartura para a casa de Marineide de Mendonça, que sustenta a família com a pesca do açude Mendubim, em Assu. Em maio, ele sangrou, e vai terminar o ano ainda com bastante água.
"Ele (quando fica) seco deixa todo mundo desempregado", conta a pescadora.
Mas em boa parte do estado a situação é diferente. As últimas chuvas no interior do estado foram registradas em julho, mas já bem fracas: nos municípios da região, de 4 a 5 milímetros. De agosto para cá, só seca, altas temperaturas e baixa umidade.
Dos 47 reservatórios monitorados pelo Instituto de Gestão da Águas (Igarn), oito estão secos e seis, em volume morto. Comunidades rurais de 107 municípios do estado ainda dependem da operação carro-pipa do exército. E as cisternas são oásis no sertão.
Para 2019, ainda não há certeza de boas chuvas, apenas boas expectativas.
Segundo o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cepetec/Inpe), nos meses de novembro, dezembro e janeiro, deve chover abaixo da média histórica em boa parte do Nordeste.
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