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25/10/2018

Salmônico Pinheiro atravessa a zona rural três vezes por dia para pegar água salgada no açude de Jaramataia — Foto: Yasmin Pontual/TV Gazeta
No Sertão de Alagoas, falta de tudo, inclusive água para as atividades mais básicas do dia a dia. Por isso, os sertanejos têm adotado medidas extremas para enfrentar uma das piores secas da história: a plantação é regada com a água reaproveitada da lavagem das roupas e os animais estão bebendo da água salgada que restou nos açudes da região.
Maria de Lourdes já não se lembra da última vez que choveu na zona rural de Jaramataia, um dos 38 municípios alagoanos em situação de emergência por causa da seca. Água potável só por meio da Operação Carro-Pipa, do Exército, que passa duas vezes por mês no Povoado Tião, onde Lourdes e outras sete famílias dividem uma cisterna comunitária.
"Comprar água, não dá. Sabe quanto é um 'pipa d’água' pra vir aqui? R$ 300. Aí de um salário você tira pra comprar um 'pipa d’água', vai comer o quê? Vai passar necessidade", diz a agricultora.
Com o passar do tempo, ela aprendeu a se adaptar à seca. Para a pequena horta que mantém no quintal de casa resistir ao calor extremo, que nessa época do ano pode chegar a 38 ºC, Lourdes recorre ao que parece ser sua única saída.
"Eu pego a água de sabão, que estou lavando os panos, pra colocar nas plantas pra não morrerem de uma vez. É o jeito", lamenta a sertaneja.
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