Trata-se de algo semelhante ao registrado em 2014, ano em que o desvio da temperatura do Pacífico equatorial central subiu para +0,3°C no trimestre abril-maio-junho, mas logo depois declinou para 0,0°C em julho-agosto-setembro. O aquecimento previsto desde o primeiro semestre somente foi aparecer de forma mais persistente apenas a partir do trimestre outubro-novembro-dezembro.

Tudo! O El Niño está ligado à chuva forte e persistente no Centro e Sul do Brasil. A Região Sul e os estados de São Paulo e de Mato Grosso do Sul costumam ter um retorno da chuva de primavera de forma mais antecipada, intensa e persistente que o normal.

Mas diante deste aquecimento “temperado por águas mais frias”, a chuva desloca-se mais para sul, ficando concentrada sobre a Argentina, Uruguai e oeste e sul do Rio Grande do Sul. Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo passam a registrar chuva mais irregular e abaixo da média.

A simulação IRI (Universidade de Colúmbia) indica para o trimestre setembro-outubro-novembro chuva acima da média no oeste e sul do Rio Grande do Sul, abaixo da média em Mato Grosso do Sul, Paraná, Regiões do Sudeste e Nordeste e no norte da Região Norte.

Não há previsão de grandes desvios na precipitação em Santa Catarina, no oeste e sul da Região Norte e em todo o Centro-Oeste, mas recomenda-se cautela: chuva dentro da média em três meses não indica chuva regular. Aliás, muito pelo contrário. A tendência é de que a chuva de primavera seja irregular em boa parte do Brasil.

E com chuva irregular e um aquecimento do Pacífico, mesmo que de forma modesta, a tendência é de calor acima do normal na maior parte do país na próxima estação.