Sem chuvas regulares, em 2018 o “inverno” não foi generoso no semiárido piauiense e, como consequência, a maioria das barragens da região não recebeu volume de água suficiente para suprir a necessidade da população da região. A tendência é que a situação piore durante o B-R-Ó-BRÓ, período mais seco do ano.

Temendo o agravamento do cenário, fato que poderia provocar um desabastecimento total, gestores de cidades afetadas pela drástica seca, como São Raimundo Nonato, Paulistana e Pio IX, começam a ir em busca de ajuda do executivo estadual.

O objetivo dos prefeitos é fazer com que o governo promova a abertura das comportas de alguns reservatórios de água com capacidade de suprir a demanda em seus municípios. A proposta ainda está sendo analisada, como explica o superintende de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado, Romildo Mafra.

“Tenho aqui muitos pedidos para a abertura de comportas de algumas barragens. Ou seja, sinal de que, segundo informações que estamos recebendo, alguns rios estão sem água e alguns municípios [banhados por esses rios] estão sofrendo com essa ausência de água nesses rios. Estamos encaminhando o nosso setor de engenharia para saber a necessidade de, realmente, abrirmos as comportas. Não sabemos como será o ‘inverno’ de 2019, por isso não podemos abrir totalmente as comportas para que os açudes não sofram e amanhã não tenhamos nem uma coisa e nem outra”, disse o superintende.

Garantidas mesmo, por em quanto, somente as medidas paliativas de sempre: perfuração de poços e a disponibilização de carros-pipa. “Na escassez da água só temos dois caminhos, é a questão do carro-pipa e a perfuração de poços. A demanda aumenta nesse período, principalmente no semiárido piauiense”, afirmou Romildo.

Um levantamento feito em 2017 pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas no Piauí – Dnocs mostrou que, dos 34 principais reservatórios de água do estado, cinco estavam em situação bastante crítica. As barragens de Petrônio Portela (São Raimundo Nonato); de Piaus (Pio IX, Fronteiras e São Julião) e de Ingazeiras (Paulistana) estavam entre as que apresentavam quantidade de água bem abaixo do limite (menos de 4% do volume total). Este ano não é diferente.