O FLAGELO
Eliane Catanhêde
BRASÍLIA – OK, Fernando Henrique Cardoso tem razão: a solução para os problemas da seca depende também “de Deus, do tempo e da chuva”. Mas ele teve durante meses e meses as dicas de Deus, os alertas da meteorologia e a falta de chuva. Não deu a mínima.
O presidente também tem razão quando diz que custa caro transportar a solidariedade para os famintos da seca em aviões da FAB. Mas não diz que teria sido muito mais barato (além de decente) evitar que ficassem famintos.
O grande problema é que o governo não agiu. Agora, as fotos das vítimas invadem os jornais e as consciências. Os saques proliferam e sua legitimidade é seriamente discutida. Ficou evidente não apenas a imprevidência diante da seca, mas a falta de uma verdadeira política para o Nordeste.
Vivem 44,8 milhões de brasileiros na região. Mas, quando se discutem suas mazelas, sempre surge um economista ou um tecnocrata para torcer o nariz e espirrar preconceito.Não raro, as elites nordestinas foram as beneficiárias diretas de programas e verbas públicas. Isso, entretanto, não justifica que o Estado negue subsídios enquanto espera o mercado se interessar por flagelados.
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