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Plástico biodegradável: tecnologia da UFPB pode mudar indústria

Publicado: Sexta, 21 de Junho de 2019, 09h39 | Última atualização em Sexta, 21 de Junho de 2019, 09h39 | Acessos: 542

 

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02/06/2019

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Tecnologia com foco na sustentabilidade ambiental e eficiência econômica. Em seis anos, a indústria automobilística mundial poderá sofrer uma revolução, graças à pesquisa “BestBioPLA”, desenvolvida pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Instituto Fraunhofer (IFAM), com sede em Bremem, na Alemanha. O objetivo do estudo é desenvolver um plástico biodegradável que será utilizado na fabricação de carros, utilizando sisal, óleo de soja ou de linhaça na produção.

O plástico tradicional, utilizado no interior dos veículos atualmente, tem bases petrolíferas na sua composição, durando séculos para se decompor. O novo material, em desenvolvimento pelo Departamento de Engenharia de Materiais da UFPB, terá uma vida útil entre 20 e 30 anos, período previsto de uso de um carro. Indústrias automobilísticas alemãs já demonstraram interesse no produto. A coordenadora do estudo, Dra. Renate Wellen, explicou o benefício do material.

“A gente está partindo de plástico de base petrolífera para o plástico de óleo de linhaça ou óleo de soja, através de reações químicas. Para deixar mais resistente, vamos adicionar fibra de sisal. Há diversos pontos importantes nesta pesquisa: primeiro que a gente deixa de agredir o meio ambiente, porque sai de algo não biodegradável para algo completamente biodegradável, que quando descartada vai virar matéria orgânica, adubo. Serão plásticos usados em partes interiores dos carros e também poderá ser usado nos carros de fórmula e da universidade”, disse.

A pesquisadora explicou o porquê de destinar esse plástico para a indústria automobilística. “A pesquisa começou em fevereiro, mas já estamos discutindo o estudo há um ano e meio, quando eu estava no meu pós-doutorado na Alemanha. Tínhamos que focar em algo e quem primeiro abraçou essa ideia foi a indústria automobilística alemã. Foram as primeiras a sinalizar positivamente ao estudo”.

Financiamento realizado em Euros

O título da pesquisa é “BestBioPLA - Fully Bio-based PLA Composites Featuring Long Term Stability”. Tecnicamente falando, trata-se do desenvolvimento de um composto de poli (ácido lático) (PLA) reforçado com fibra natural totalmente bio-base que mostre tanto a estabilidade durante sua vida útil quanto a capacidade de reciclagem por biodegradabilidade no final de sua vida útil.

Estão sendo investidos até 140 mil (euros) via Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq) e 1 milhão por parte do Instituto Fraunhofer. O IFAM é mantido por recursos públicos e privados. Os projetos apoiados devem, obrigatoriamente, ter aplicação direta para a indústria e contar com empresas e universidades participantes no consórcio de pesquisa. A Fapesq também vai financiar o intercâmbio dos alunos brasileiros para a Alemanha, através de doutorado sanduíche no Instituto Fraunholf.

Renate Wellen (UFPB) reforça o uso desse novo tipo de plástico: “As indústrias automobilísticas no Brasil e na Alemanha apostam nesse novo material por causa do apelo sustentável que terá. Estamos trabalhando para conseguirmos que o produto tenha uma vida útil entre 20 e 30 anos, que é o período previsto de uso de um veículo. E será tão resistente quanto o plástico atual, que usa o petróleo na composição”.

Essas bases petrolíferas, entre outras substâncias, são o que tornam o plástico comum perene na natureza e não reciclável. “Vamos estudar também como o produto vai se comportar na biodegradação – a fotodegradação e a biodegradação. Luz calor e umidade são as condições ambientais que afetam na degradação”, explica Wellen.

Mais barato que o convencional

Além de sustetabilidade ambiental, o novo plástico também tem eficiência financeira, tendo em vista que o produto biodegradável sairá mais barato que o convencional. “O produto é mais barato que o do mercado atual. Claro que, como será necessário mudar a estrutura de operação das indústrias, se terá um custo de reestruturação, mas a longo prazo sairia mais barato a produção sob esse novo plástico”, disse.

Como utiliza materiais típicos do Brasil na sua produção, o plástico biodegradável abrirá também novas forças econômicas no Estado. “Com certeza irá movimentar e potencializar nossa economia. Hoje o Brasil é um dos maiores produtores de soja do mundo e o Nordeste um dos maiores produtores de sisal. Isso enaltece nossa região e também o Brasil como um todo”, destacou Renate Wellen.

Outro ponto positivo do projeto é o intercâmbio cultural e acadêmico, já que pesquisadores brasileiros estão na Alemanha trocando experiências de estudo.

A equipe de pesquisadores no Brasil é composta por cinco estudantes de mestrado e doutorado e quatro professores. No lado alemão, especialistas das empresas parceiras e do instituto compartilham os estudos.

Sobre os impactos esperados, Wellen relata que a demanda por materiais de base biológica e biodegradável está aumentando, porém tais avanços científicos são demorados e dispendiosos. Pequenas e médias empresas do Brasil e da Alemanha não são capazes de contribuir com a pesquisa e desenvolvimento necessários. No Brasil, o parceiro comercial é a companhia de processamento do sisal, a Sisalgomes, da Bahia.

“Esse processo vai proporcionar para nós brasileiros um modelo de como fazer pesquisa mais voltada para o mercado”, ressalta Wellen, que salienta ainda que o projeto de pesquisa BestBioPLA exibirá novas cadeias de valor agregado para matérias-primas renováveis Os compostos resultantes do BestBioPLA abrirão um mercado de vendas: “Espera-se que isso aumente a aceitação de plásticos reforçados com fibra no mercado e na sociedade”, disse.

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