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Reambulação

Publicado: Sexta, 16 de Agosto de 2019, 12h34 | Última atualização em Sexta, 16 de Agosto de 2019, 12h34 | Acessos: 1251

É a técnica de identificar e nomear feições conhecidas do usuário em carta topográficas ou imagem de satélite. Recentemente o projeto WikiMapia permitiu que leigos no mundo todo pudessem reambular imagens de satélite, resultando na identificação desde grandes obras ou acidentes naturais até as casas dos usuários, pratica não recomendada pelo projeto. No tempo da guerra fria a reambulação era uma das tarefas dos espiões em território inimigo, pois embora as grandes potências pudessem fotografar os territórios inimigos, cabia ao homem em terra identificar as feições registradas nas fotografias aéreas ou imagens de satélite.

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Reambula%C3%A7%C3%A3o


07/08/2019

Resultado de imagem para Reambulação
No processo analógico, a reambulação somente conseguia relatar informações mínimas, como a posição e algumas poucas características, como por exemplo, o nome de um rio ou o tipo de uma estrada. Assim, a identificação de uma feição era de acordo com a representação existente nas convenções cartográficas para cada escala das cartas, por intermédio de símbolos cartográficos, acrescida do respectivo topônimo (JORGE NETO et al., 2014).

Já nos tempos atuais, principalmente devido ao desenvolvimento dos SIGs, aliado ao aperfeiçoamento dos bancos de dados e de novos insumos para a aquisição houve a necessidade de automatizar o processo de reambulação e solucionar diversos problemas encontrados nas técnicas anteriores. Essa automatização possibilita a coleta de mais informações sobre os elementos geográficos, aumentando a abrangência e a qualidade dos produtos cartográficos, elevando o nível informacional dos mesmos.

Neste contexto, Passos e França, (2018) afirma que a reambulação tem por finalidade a execução do trabalho de campo para a coleta de topônimos, informações e dados relativos aos acidentes naturais e artificiais do terreno e a confirmação da correspondência entre as feições que foram interpretadas pelo operador e/ou classificadas por técnicas de processamento digital confirmando sua veracidade no terreno (CORREIA, 2011) e alimentando um banco de dados com todas as instâncias das classes previstas na ET-EDGV, na busca da interoperabilidade.

 

COMENTÁRIOS

João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

 

A Reambulação é uma das técnicas utilizadas, em comum, tanto pela Embrapa quanto pelo INPE, para as determinações e o acompanhamento das áreas que estão sendo desmatadas na Floresta Amazônica. Portanto, como órgãos públicos, nessas análises, elas deveriam ter resultados parecidos ou, pelo menos, pouco díspares. O que não foi o caso apresentado no recente episódio ocorrido entre ambas instituições, cujo desmembramento deixou apreensiva toda nação brasileira: o presidente do INPE foi exonerado pelo Presidente da República, por haver divulgado, em curto espaço de tempo, naquela região Norte do País, uma área desmatada muito diferente da difundida e defendida pela Embrapa em seus pronunciamentos públicos. Isso gerou descontentamentos do mandatário da Nação brasileira, resultando na exoneração sumária do presidente do INPE. Não querendo polemizar esse nefasto acontecimento, mas creio que haveria alternativas para o tratamento desse caso, sem a necessidade desses desgastes políticos. Bastaria a Embrapa e o INPE sentarem em uma mesa de negociações, para encontrarem os motivos levados àquela discrepância, já que a técnica, em si, era comum a ambas as instituições. Não havendo esse diálogo, as consequências não poderiam ter sido outras, e com um agravante: a politização de informações técnicas está sendo uma constante no Brasil, fato que não deveria prosperar nessas esferas, para o bem da ciência e da tecnologia da Nação. No caso, a polarização e a politização de informações sempre irão resultar em prejuízos, não só para o ambiente natural onde está ocorrendo o fato, mas, e principalmente, para o desenvolvimento da Nação brasileira.

Gerino Alves Silva Finho – Engenheiro Agrônomo 

As folhas topográficas baseadas nas fotografias de satélites, em várias escalas, 1:50.000, 1:100.000, 1:250.000 e outras, são de alta qualidade. As fotografias de satélites não podem e não devem ser iguais, uma vez que são obtidas em tempo e espaço diferentes. O INPE, a Diretoria de Geodésia do Exército, o SIPAM/SIVAM, o INPA, a EMBRAPA, e todos os Órgãos que usam essas imagens, fazem reambulação para utilização nos seus trabalhos são de a lata qualidade, não há como contestá-los.
Trabalhei por mais de 35 anos na Amazônia com esse material para preparação da Base Topográficas de seis Censos. Com base nesse material escrevi vários trabalhos técnicos, inclusive um foi apresentado na ONU por minha colega Sonia Terron, "Hidrografia e Orografia de Rondônia", título original. Com o uso de mapas dos navegadores portugueses pelos da Amazônia, para marcar posição com o "uti possedetis", mapas da Marinha Americana, mapas da Expedições Rondon, e tantos outros, registrei no Escritório de Direitos Autorais da Fundação Biblioteca Nacional -EDA/FBN "Topônimos de Rondônia".
A minha posse na Academia de Letras de Rondônia - ACLER se deveu a esse tipo de trabalho. Pesquisem no Google Gerino Alves Filho que encontrarão esses trabalhos em várias Bibliotecas do mundo, inclusive do Brasil.
Perdão, não tenho intenção em aparecer, mas as opiniões no Grupo precisam mais de leitura e estudo, eliminando o viés político.
Se houver interesse, me coloco à disposição para trocarmos ideias sobre o assunto.

 

José Geraldo Eugênio de França - Engenheiro Agrônomo

 

Caro João Suassuna,

Há uma clara situação de diferenças de análises entre os dados divulgados por um pesquisador da Embrapa, o Evaristo de Miranda, em suas palestras promovidas e pagas por agentes que defendem um ponto de vista, tendo como base não os fados de satélites mas os dados cartoriais do CAR, de assentamentos da reforma agrária, reservas indígenas, áreas quilombolas, reservas legais, áreas de preservação permanente, florestas e parques nacionais e estaduais e outros tantas tipos de áreas proibidas de desmatamento de modo legal.

A grande inconsistência é o fato de um especialista em geodésia, ter se decidido pelo dado cartorial. Tome-se como base dois exemplos ilustrativos. Na tão propalada palestra proferida em Agosto de 2018 pelo Dr. Evaristo de Miranda a área da Chapada do Araripe é considerada por ele, em sua plenitude, como uma área de proteção ambiental (1.036.000 ha), quando na realidade o que tem de mata nativa remanescente na Chapada é tão somente a Floresta Nacional do Araripe, que provavelmente não ultrapassa 30.000 ha. Uma diferença abismal. Uma outra região interessante diz respeito às áreas indígenas do Xingu, ao Norte do Mato Grosso e Sul do Pará. Nos mapas divulgados pelo pesquisador Evaristo, teríamos uma área coberta pela Floresta Amazônica. Na realidade, parte substancial desta reserva vem sendo sistematicamente desmatada e, atualmente, encontra-se sob uso agrícola.

No caso do INPE, volto a deixar claro, o que a instituição mostrou foram estimativas de áreas desmatadas recentemente, capturadas a partir de satélites em relação ao que está ocorrendo e detectou que nunca se desmatou tanto quanto nos últimos meses. Alerta que vem sendo dado por várias instituições públicas e privadas que trabalham com o monitoramento do desmatamento na região da Amazônia e Cerrados. Portanto, nenhuma novidade.

A questão central é que trata-se de duas análises completamente distintas e que não deveriam ter implicação de uma sobre a outra. Há alguns pontos adicionais nos estudos da Unidade Territorial da Embrapa que merecem ser vistos com atenção. O primeiro é sobre o propalado estudo da NASA mostrando que o Brasil é o país que conta com maior área preservada. Primeiro trata-se de um estudo não da NASA mas de um pesquisador independente utilizando-se do banco de dados da instituição, o que não é a mesma coisa. Não descarte-se que o informe não esteja correto, entretanto, há de se admitir que na sanha devastadora das florestas brasileiras, em breve o Brasil já não terá esta posição. Uma coisa é certa, hoje, o país é um dos que menos repõe o estoque florestal comparando-se a diversos países da Ásia e África, a exemplo da China, Índia, Paquistão e Quênia. Um segundo argumento, aí já hilário, é o de que a FAO referenda em seus estudos este ponto de vista. O que a FAO, através de seus estudos e posicionamento de seus dirigentes é que a subnutrição e a fome voltaram a crescer no Brasil nos últimos dois anos.

Não há contradição entre o INPE e a Embrapa. São duas instituições sérias, composta de pesquisadores e pesquisadoras honradas e dedicadas às suas atividades. O que se faz necessário é que ao se comparar os estudos das duas, que sejam os mesmos parâmetros postos em discussão.

Quanto ao fato de se dizer que os números do INPE são mentirosos, trata-se de uma falácia que pode ser refutada de forma inequívoca pelos dados da NASA ou dos sistemas europeus de tomada de dados a partir de satélites, como o Galileu, sistema este que vem sendo utilizado de modo contínuo pelo LAPIS - Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites, da UFAL - Universidade Federal de Alagoas, que monitora o semiárido brasileiro quanto a cobertura vegetal e a umidade de solo em tempo real, laboratório coordenado pelo Prof. Humberto Barbosa.

Em resumo. Não há como se esconder o sol com uma peneira. Não há meio termo. Ou defende os recursos naturais ou o que restará é a devastação. À propósito, é bom que se diga que a autorização de sistemas de alerta e monitoramento das atividades de desmatamento  não inibiu o crescimento da agricultura brasileira nas últimas décadas. Isto se deu, fundamentalmente devido ao aumento da produtividade dos sistemas agrícolas. Proteger nossas águas e florestas não é incompatível com a existência de uma agropecuária eficiente e produtiva.

 

Geraldo Eugênio

 

Álvaro Rodrigues dos Santos - Geólogo

 

Caro João Suassuna,

Permita-me discordar de suas afirmações e conjecturas a respeito do affair que conduziu à demissão do presidente do INPE. De forma alguma esteve em uma eventual disparidade de dados entre INPE e EMBRAPA a origem do problema. O motivo único da demissão foi sim a corajosa defesa que o então presidente do INPE fez da instituição e de seus técnicos em resposta às imbecilidades proferidas pelo atual presidente do país procurando desqualificar os dados produzidos pela instituição. Por outro lado, órgão com técnicos, tecnologia e missão de fazer esses levantamentos sempre foi o INPE e nunca a EMBRAPA. Se essa também se dispõe a fazer esse tipo de monitoramento deveria, por um ato de respeito e inteligência, procurar o INPE para dialogar sobre possíveis diferentes interpretações. Afinal, são duas instituições que sempre honraram e orgulharam os brasileiros. Infelizmente ambas agora estão submetidas à intenção do presidente da república em aparelhá-las a serviço de seus propósitos antipatrióticos e ambientalmente estúpidos de mercantilização  da Amazônia.

Abs

Álvaro

 

Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos

ARS Geologia Ltda.

Geologia, Geotecnia, Meio Ambiente

11 – 3722 1455

11 – 99752 6768

www.arsgeologia.com.br

 

 

Samanta Pineda – Especialista em Direito Ambiental

 

https://www.facebook.com/joao.suassuna.7/videos/1969128393189231/

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