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A visão de um pós-graduado pelo INPE, e funcionário concursado da instituição, sobre as divergências existentes nos dados de desmatamentos ocorridos na região Amazônica e divulgados à Nação brasileira

Publicado: Quinta, 29 de Agosto de 2019, 12h09 | Última atualização em Quinta, 29 de Agosto de 2019, 12h09 | Acessos: 352

09/08/2019

 

Caro amigo, depois de concluir o IME e ter feito especialização em satélites na Universidade da Califórnia, fiz concurso, passei e conclui o Mestrado no INPE, na área de Sensoriamento Remoto por plataformas aeroespaciais. Logo após a conclusão do Mestrado, fui escolhido, pelo próprio INPE, para fazer um curso de Pós-Mestrado, no Centro Alemão de pesquisas aeroespaciais (Munique-Alemanha) após o qual o EB, me passou “à disposição” do MCT, lotado no INPE, onde fiquei por 3 anos. Na estrutura organizacional do INPE tem um departamento chamado de OBT (Departamento de Observação da Terra) com as seguintes subdivisões:

DSR: Divisão de Sensoriamento Remoto, responsável por interpretação de imagens de satélites óticos, radar, infravermelho e meteorológico;
DPI: Divisão de Processamento de Imagens, responsável por softwares, análises e geração de informações advindas de satélites;
DGI: Divisão de Geração de Imagens, responsável por transformar os sinais digitais de satélites de diversos países e órbitas, disponibilizando essas imagens, a baixo custo para as demais Divisões do INPE e outros órgãos de pesquisas, produção ensino, para o Brasil e outros países - notadamente os sul-americanos, para os mesmos fins.

Existem vários PROJETOS, interdivisionários que fazem uso dessas imagens. Um deles chama-se de PRODES (PROjeto de monitoramento do DESmatamento da Amazônia) que gera bimestralmente relatórios relacionados ao desmatamento, geral e não só da Amazônia.

As IMAGENS DE SATÉLITES, diferente dos que muitos supõem NÃO SÃO FOTOS, são camadas matriciais digitais (8 bits ou 64 bits) cujo efeito coletivo de um conjunto de 3 matrizes PARECEM UMA FOTO.

Essas camadas são geradas a partir dos sensores fotossensíveis dos satélites, estratificado por BANDAS ESOECTRAIS.

Assim, por exemplo, a Banda-4, dos satélite Landsat-7, captura as frequências de 0,75 à 1,1 micrômetros, que corresponde ao INFRAVERMELHO PRÓXIMO, REFLETIDO ou ainda VEGETATIVO porque representa o PICO de reflexão da vegetação verde sadia.

Relações matemáticas ESTATÍSTICAS, como o NDVI (Índice Normalizado de Vegetação) produz um número ESTATÍSTICO, relacionando às respostas das bandas espectrais ao volume de biomassa, ou quantidade de vegetação.

Trabalhei nesse projeto, AINDA EM VIGOR, nos anos de 1997 à 1999, utilizando um MODELO ESTATÍSTICO, desenvolvido pela NASA, chamado de Modelo de Mistura. ENFATIZO: todos os modelos de interpretação de imagens de satélites são ESTOCÁSTICOS, de diversas correntes estatísticas internacionalmente aceitos.

Diga-se de passagem, que eu não era o único militar do Exército que contribuímos com nossas teses de mestrado e doutorado, para o PRODES. O hoje Gen R1 Pedro Ronalt, trabalhou comigo. Enquanto eu cuidava de um atributo das imagens TEXTURA, o Ronalt cuidava da interferência de pixel nos seus vizinhos (EXEMPLO: se numa matriz ímpar 7x7, o pixel central for BRANCO, e todos os demais pixels dessa matriz for preto, a percepção da matriz será INTEGRALMENTE PRETA, e o pixel branco será NÃO PERCEPTÍVEL).

Cada pixel (acrônimo da expressão inglesa “picture element “) representa uma ÁREA na superfície da Terra. No satélite Landsat-7, por exemplo, cada pixel tem valor de área de 30x30 metros.

Essa janela de 7x7 pixels, que eu usei, foi somente para uma compreensão mais SÓLIDA, para quem não é familiarizado com o tamanho de imagens de satélites. Veja bem: uma cena (“frame”) do satélite Lsndsat-7, tem uma dimensão de área na Terra de aproximadamente 30x30 Km. Se cada pixel vale 30x30 METROS, é fácil perceber que a cena terá: 10.000x10.000 pixels.

Concluindo, todo esse MAMBO-JAMBO teórico que precisei fazer, é para demonstrar que DEPENDENDO DO SATÉLITE ESCOLHIDO, qualquer classificação das imagens (ou partes dela) será DIFETENTE, uma da outra e, TODAS ELAS, terão componentes ESTATÍSTICOS, e mais, dependente também do modelo estocástico utilizado.

Vamos a um exemplo prático: seja um desmatamento de 1 hectare, 100x100 metros. Serão representados por apenas 4x4 pixels, num universo de 10.000x10.000 metros. Os efeitos de correlação espectral, textural e de área, poderá quadruplicar essa área, ou reduzi-la à ZERO, dependendo do contexto no entorno da área.

Por ser um dado estatístico e não EXATO, na minha época no INPE, os resultados eram submetidos ao MCT, que COTEJAVA, com outros institutos internacionais, fazendo uma ponderação dos dados, ANTES DE PUBLICÁ-LOS, diretamente, cuja PUBLICAÇÃO CABIA AO MINISTRO DO MCT, à imprensa nacional e internacional. No período do PT, o Diretor do INPE era um cidadão chamado de Gilberto Câmara (sobrinho-neto do Dom Hélder Câmara). Pois bem, nessa época, todo dado que mostrava resultados “ruins” eram filtrados pelo PT e, por alguns anos, NEM PUBLUCADOS ERAM.

O INPE está COALHADO de simpatizantes do PT, por motivos óbvios (15 anos de poder). FOI ERRADA, DESLEAL e ato de PURA SABOTAGEM ao Governo Bolsonaro, a divulgação de dados estatísticos sem o CRIVO de órgãos internacionais e AD REFERENDUM ao Ministro do MCT. Essa é a verdade!!! 

Saudações do Monteiro!!!

 

Sobre o assunto

Reambulação

http://www.suassuna.net.br/2019/08/reambulacao-e-tecnica-de-identificar-e.html

 

COMENTÁRIOS

João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

Volto a insistir nas ponderações que fiz sobre o caso em questão, como sensatas quanto à condução da divulgação dos dados dos desmatamentos ocorridos. Bastaria a Embrapa ter sentado numa mesa de negociações com o INPE, para discutirem essas questões. Uma vez encontrados os "furos" nas informações dos desmatamentos, a roupa suja seria lavada em casa. Teria evitado toda essa celeuma, inclusive a demissão sumária do Presidente do INPE.

 

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