É preciso lutar para não morrer de sede nas margens dos rios (Abril 2018)
“Ninguém vai morrer de sede nas margens do rio Arrojado. E ninguém também não pode morrer de sede nas margens de rio nenhum. A sociedade tem que lutar pela vida. E a luta pela água é essa”, afirma Jamilton Magalhães, conhecido como Carreirinha, da Associação de Fundo e Fecho de Pasto de Correntina, na Bahia. Infelizmente, a intenção de Carreirinha não corresponde à realidade dos fatos. Apenas em 2016, cinco pessoas morreram em decorrência de conflitos pela água. A informação é do relatório Conflitos do Campo Brasil, publicado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em 2017, que aponta 172 conflitos de água no Brasil. Segundo a própria CPT, esse número pode ser ainda maior, pois algumas mortes ocasionadas pela luta pela terra também abarcam conflitos pela água. Na verdade, a palavra conflito esconde (ou pode atenuar) a seriedade do embate, que se acentua cada vez mais no Brasil rural entre grandes fazendeiros e especuladores de terras e moradores do território que convivem há gerações em harmonia com as plantas e animais, preservando tanto os recursos naturais, como as águas superficiais de rios e córregos e aquelas guardadas nos lençóis freáticos.
Na cidade de Correntina, oeste baiano, essa é uma realidade constante há cinco décadas, com a chegada dos fazendeiros vindos da região sul do pais e se intensificou no final dos anos 1990 com o investimento do capital estrangeiro - japoneses, chineses, italianos, americanos, entre outros. “As terras de Correntina foram ocupadas há mais de 300 anos e neste período nenhum rio havia secado. A partir da década de 1970, o agronegócio chegou na região e aí que iniciaram, de fato, os conflitos na região. E, mais fortemente, nos últimos 20 anos, a partir da chegada do agronegócio internacional, vários rios começaram a desaparecer”, aponta Jandira Lopes, da Acefarca, uma das organizações da ASA que atua no território.
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