INTERVENÇÕES MILITARES: AINDA CANUDOS, por Flávia Suassuna (Abril 2018)
Em virtude do programa do vestibular seriado da UPE (Universidade de Pernambuco), começo minhas aulas do terceiro ano do ensino médio tendo que conversar com meus alunos sobre o livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, que abre o Pré-modernismo, aqui no Brasil. Embora eu fique imaginando como deve ser estranho para os meus alunos ouvir falar de questões tão distantes de sua atual realidade mental, confesso que gosto de provocá-los e de pensar que participo um pouquinho da apresentação de fatos que ajudam a compreender os problemas do país e vislumbrar saídas. Mais do que tudo, acho que tenho que explicar com calma a eles que a guerra de Canudos não é, de jeito nenhum, uma realidade distante de nós. Na verdade, não dá para pensar o país sem lançar mão desse livro colossal – está tudo lá, ou estamos ainda lá.
“Os Sertões” chegou às livrarias em dezembro de 1902, cinco anos depois do fim do conflito que o gerou. Publicado pela editora carioca Laemmert, alcançou êxito imediato de público e de crítica. Já teve mais de 50 edições em português e foi traduzido em mais de 10 idiomas. Resultou da cobertura jornalística do conflito de Canudos, feita por Euclides para o jornal “O Estado de São Paulo”. O autor testemunhou os últimos meses da guerra (entre setembro e outubro de 1897), tendo participado da quarta e última expedição que dizimou Canudos sumariamente. Graças a ele, temos ideia hoje da real fisionomia dessa guerra: uma campanha de extermínio inaceitável, mesmo naquele violento final do século XIX, no violento país que acabava de sair do violento período da escravidão.
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