Chuva acima da média anima agricultores no Ceará
Apesar disso, a irregularidade da chuva impediu que as águas chegassem a todas as partes do estado.
Assista ao vídeo da matéria, no endereço abaixo
Globo Rural
03/03/2019

Chuva acima da média anima agricultores no Ceará
A chuva acima da média neste início de ano está animando agricultores do Ceará.
No norte do estado, em Sobral, a quantidade de chuva está 59,5% acima do normal na região para o período de dezembro a janeiro, meses que antecedem o período chuvoso.
Em outras regiões choveu mais ainda. No Maciço de Baturité, região serrana onde fica a cidade de Palmácia, as chuvas estão 87,2% acima da média. “Qualquer chuvinha aqui, como é uma região de Serra, já ajuda bastante. E as chuvas estão boas. Este ano está bem favorável para nós”, afirma André Barbosa dos Santos, agricultura de Palmácia.
O bom fluxo de águas nessas regiões levou os agricultores a adiantar o plantio. Alguns estão conseguindo plantar até quatro culturas no mesmo espaço: milho, feijão, fava e banana.
Apesar disso, os reservatórios do estado estão, na média, com 10% da capacidade total. A falta de águas em alguns lugares é resultado da chuva que ainda não veio, principalmente na região centro-sul do Ceará.
Sobre o assunto
Plantio de culturas de subsistência no Semiárido nordestino: um caso a ser repensado, artigo de João Suassuna
http://www.suassuna.net.br/2018/03/plantio-de-culturas-de-subsistenciano.html
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Em 2004, publiquei um artigo na Carta Maior, intitulado, “As armadilhas do clima”. Nele, entre outros assuntos, alertava sobre as dificuldades de se produzir culturas de subsistência (milho e feijão), com as instabilidades climáticas existentes na região semiárida nordestina. Ao ver na matéria acima, a animação e a esperança dos agricultores cearenses, ao produzirem tais culturas em suas propriedades, contando com as chuvas acima da média que atualmente vêm ocorrendo naquela região cearense, me veio a lembrança o alerta que fiz há 15 anos. No atual cenário, volto a alertar sobre as características das instabilidades climáticas da região, principalmente quando ela está sob atuação do El Niño, embora agindo de forma moderada. O que fica evidente em tudo isso é a falta de um zoneamento agro climático na região seca do Nordeste, que permita ajudar o cidadão do campo, a implantar, com o sucesso devido, seus sistemas de produção, e assegurar, com isso, o sustento de sua família. Portanto, sem o zoneamento, fica a recomendação para se realizar o plantio de culturas de subsistência, apenas e tão somente, naquelas propriedades que dispuserem de fontes hídricas com volumes suficientes à irrigação de salvação de seus cultivos, que possam garantir, não só no trabalho do agricultor no campo, mas, e principalmente, à sua vida. No mais é ficarmos na torcida para que as chuvas continuem caindo dentro da média esperada para o período, e que os volumes, já acumulados, continuem a merecer a atenção necessária do sitiante, principalmente no tocante ao aspecto da gestão dos volumes a ser empreendida.
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