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22 - Uniforme Militar da Guerra de Canudos

Publicado: Quinta, 11 de Julho de 2019, 11h47 | Última atualização em Quarta, 17 de Julho de 2019, 11h34 | Acessos: 1154



Tecido, 1897

Bahia

O confronto entre o Exército Brasileiro e os integrantes do movimento religioso liderado por Antônio Conselheiro na comunidade de Canudos, no interior do estado da Bahia, ficou conhecido como “Guerra de Canudos”. Quatro expedições militares foram combater a comunidade de Canudos. A quarta expedição, sob o comando do general Artur Oscar de Andrade Guimarães, era composta por duas colunas com mais de quatro mil soldados cada. O primeiro combate ocorreu no dia 25 de junho de 1897, em Cocorobó, com a coluna do general Cláudio do Amaral Savaget. Depois de sofrerem significativas perdas, dois dias depois, no dia 27, os militares chegaram a Canudos. Os seguidores de Conselheiro resistiram até o dia 5 de outubro de 1897. A despeito da problemática envolvendo os combatentes de Canudos, esse grande confronto trouxe outras reflexões, como a visível diferença entre os militares e os sertanejos tratados como se fossem povos distintos. 

O presente uniforme militar pertenceu a Affonso Grey Marques de Souza (1864-?). Natural do Piauí, entrou para o Exército brasileiro em 1882 e na época da Guerra de Canudos estava no posto de capitão do 12º Batalhão de Infantaria, integrante da quarta expedição militar. Durante o combate ocorrido em Cocorobó, em 25 de junho de 1897, o capitão Affonso Grey foi atingido à bala de fuzil, tendo se retirado dos campos de batalha duramente ferido. O capitão Manoel Benício em artigo no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, de 19 de agosto de 1897, descreve o momento em que encontrou o capitão Grey após o ferimento a bala: “Em Cocorobó, depois de fazer parte do movimento envolvente que não pode ser levado avante, Grey meteu-se na carga. Logo no começo foi ferido no ventre. Como escapou não sei. O capitão Grey quando passou por mim ia pálido como um cadáver e eu acenei-lhe com a mão, dizendo: Adeus, Grey; julgando ser a ultima vez que lhe falava. Felizmente que não.” 

Affonso Grey preservou ao longo dos anos o uniforme militar como um troféu por ter sobrevivido ao ferimento durante os combates em Canudos. A jaqueta do uniforme apresenta a perfuração da bala. Foi doada em 2009 ao Museu do Homem do Nordeste por Paulo Grey de Moura Ribeiro, neto do capitão Affonso Grey. 

 

Síntese a partir do texto de autoria de Henrique de Vasconcelos Cruz para a publicação 40 Anos em 40 Peças, comemorativa aos 40 anos do Muhne, a ser lançada em breve.

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