32 - A Indumentária de Oxalá
Tecido, 1979
Recife, Pernambuco
O uso de axós - indumentárias de divindades da religião de matriz africana - constitui um modo de seus devotos expressarem agradecimento e gratidão aos orixás. A indumentária de Oxalá, em referência, dispõe de Adê (coroa), Ojá (filá ou barrete), calça e saias. No entanto, o uso de tais paramentos depende das regras, dos preceitos e da nação do terreiro, bem como da qualidade do orixá. Por exemplo, entre as qualidades de Oxalá, Oxaguian (Oxalá jovem) e Oxalufan (Oxalá velho) são os mais conhecidos, de modo que a Adê de Oxaguian pode apresentar uma coroa com metal branco, enquanto que a de Oxalufan, uma coroa com franjas brancas.
As indumentárias dos orixás foram adquiridas por encomenda feita ao babalorixá Manoel do Nascimento Costa (Manuel Papai), em abril de 1979, destacando-o na construção da memória cultural afro-brasileira na primeira exposição permanente do Museu do Homem do Nordeste. Adicionalmente, a indumentária de Oxalá, ao ser contemplada para compor o projeto “40 anos 40 peças”, traz o debate acerca da estética plástica do candomblé em meio às cores, formas e brilhos dos rituais dos terreiros.
Síntese a partir do texto de autoria de Jefferson Souza para a publicação 40 Anos em 40 Peças, comemorativa aos 40 anos do Muhne, a ser lançada em breve.
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