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Plantas exóticas de importância econômica para o Nordeste semiárido

Publicado: Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h19 | Última atualização em Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h19 | Acessos: 1368

Rafael Silvio Nunes

 

27/07/2007

 

NEEM, NIM OU MARGOSAAzadiracta indica A. Juss – é uma planta de origem indiana, tolerante à seca, com larga aplicação no combate aos insetos e na medicina natural. Seus frutos têm 20% de óleo, com aplicação tanto na medicina natural, quanto como inseticida e também serve de matéria prima na fabricação de cosméticos.

 

A planta, dependendo do solo, disponibilidade de água e do vigor das mudas começa a sua fase produtiva de ano e cinco meses até três anos e meio, após o transplante.

O espaçamento mais adequado é de 5 m e deve-se dar preferência à disposição em triângulo equilátero (ou quincôncio), o que proporciona uma população de 460 plantas por hectare. Cada planta pode produzir de 30 a 50 kg de sementes. A árvore pode viver até 200 anos.

O óleo produzido em um hectare é capaz de produzir uma receita superior a R$ 50.000,00.

 

GENÍZARO - Pithecellobium saman – planta originária da América Central. Produz vagens com NDT superiores aos do milho, sua proteína chega a 16% e a produtividade por planta é  bastante significativa. Tem madeira valiosa e seus ramos podem alcançar até 50 m de extensão. Sua floração pode ter início desde dois anos e meio até seis anos, após o transplante, dependendo do solo, umidade e vigor das mudas. O  espaçamento mais recomendado é acima de 30 m.

 

ALGAROBEIRA - Prosopis juliflora (Sw.) DC. – Do modo como a algarobeira é cultivada na atualidade, não é capaz de produzir e gerar a receita que se pode realmente esperar. Sob a forma de pé-franco, sabe-se que a produtividade não vai além de 3 t por hectare, e fornece néctar apenas para aproximadamente 100 l de mel de abelha. Quando ela está implantada num solo carente, principalmente em fósforo, cálcio e magnésio sua produtividade é bem menor. Se estiver muito adensada, a sua produtividade cai ainda mais. Mesmo assim, ela tem concorrido de modo decisivo para que a economia do semi-árido não entre em colapso. Tem fornecido vagem para os rebanhos, madeira para estacas, mourões, lenha para fogo, néctar para as abelhas produzirem mel, tem protegido os solos com a sua sombra e pela incorporação de matéria orgânica constituída de suas raízes, suas folhas e os restos de ramos finos e as estruturas florais externas após a fecundação de suas flores e ainda tem recuperado solos salinizados, completamente estéreis para qualquer outra planta cultivada ou silvestre. É imponderável a sua participação na economia de todo e qualquer local onde foi implantada. Provavelmente não teríamos sequer um quarto do rebanho bovino na área onde ela está implantada, pois tem concorrido para que na pior época (último trimestre do ano) os rebanhos superem a desnutrição provocada pela carência de pastagens verdes, e na maioria das vezes provocada pela ausência completa de qualquer resto vegetal com que pelo menos tivessem algum volumoso, mesmo destituído de nutrientes.

 

   Com a enxertia, que já é uma realidade, podemos esperar produtividade de 20 a 23 t de vagens por hectare e o fornecimento de néctar para a produção de 600 a 700 l de mel de abelha. Estas estimativas estão bem calcadas na realidade, porque são conhecidas algumas plantas de algaroba que chegam a produzir até 600 kg de vagem, individualmente, numa só safra. Mesmo com a redução do tamanho da copa na planta enxertada, há de se admitir que é absolutamente possível obter 200 kg de vagens por planta, desde que o espaçamento seja de 10 m em triângulo eqüilátero, o que daria uma população de 115 plantas por hectare, o solo não tenha carência (principalmente de fósforo), se for plantada num alto devem ser abertas banquetas individuais capazes de supri-las com a umidade exigida, etc.

 

   Esta produção de vagens e mel de abelha, em ano de seca é capaz de gerar uma resceita de aproximadamente R$ 10.000,00. algarobeira enxertada com ramo de uma planta que produziu 600 kg de vagens, localizada na Fazenda Umburana, do Sr. Sebastião Ricardo (falecido), no Município de Afogados da Ingazeira-PE.

 

GLIRICÍDIAGliricidia sepium – Planta originária da América Central, resistente à seca. Quando o diâmetro do seu caule é bem desenvolvido, apresenta o cerne preto, daí o nome na Nicarágua ser “madero negro”. Esta madeira é incrustada por uma espécie de cera que a torna extremamente resistente como estaca, mesmo sendo enterrada em lugares encharcados, dura um tempo incalculável. Quando verde não é apetecida pelos animais, entretanto quando fenada é aceita sem resistências. Suas folhas têm um aroma desagradável, tornando-a um verdadeiro repelente para insetos, notadamente a mosca branca. É possível que venha a ser matéria prima para repelentes de uso agrícola e doméstico. Há uma cactácea que é cultivada em contato com a sua casca, que produz um fruto denominado “pithaya” que é mais valioso que o figo. Pode ser consumido “in natura”, dá doce de ótima qualidade, produz o ano inteiro, é bastante valorizado no mercado internacional e funciona como um revitalizador cardíaco.

Em um hectare a associação da gliricidia com a pithaya é capaz de manter uma família com um bom nível de vida. A gliricídia deve ser plantada com o espaçamento de 10 m com disposição em triângulo equilátero.

 

JICAROCrescentia alata H.B.K. – é também uma planta originária da América Central, apresenta extrema resistência à seca, não suporta terrenos alagados. Produz uma cabacinha com aproximadamente 10 cm de comprimento e 7,5 cm de diâmetro, cuja parede é duríssima e se presta para lenha, para a confecção de instrumentos musicais e para trabalhos de artesanato; dentro tem uma polpa comestível e as suas sementes podem ser moídas e transformadas em pó que pode ser tomado dissolvido em água, acrescentando-se açúcar. É capaz de evitar carência na nutrição de crianças em regiões áridas e semi-áridas.

 

ESTIMATIVA DE RECEITAS EM VÁRIAS LAVOURAS

 

  1. NEEM – em um hectare, por ano - Óleo       R$ 50.000,00

                                                                     Farelo     R$   6.000,00

                                                                     Total       R$ 56.000,00

 

  1. ALGAROBEIRA, em um hectare, por ano – Vagens           R$   4.600,00

                                                                                   Mel de abelha R$   6.000,00

                                                                                   Total               R$ 10.000,00

 

  1. UMBUZEIRO, por hectare/ano -                     R$ 10.000,00

    

  1. GLIRICÍDIA/PITHAYA, por hectare/ano -     R$ 12.000,00

 

  1. GENÍZARO, por hectare/ano   -                       R$ 8.000,00

 

  1. MILHO, por hectare/10 anos -                          R$ 1.180,00

 

 

OBSERVAÇÃO: Se for levada em conta o consórcio com uma planta temporária, o cultivo que o Dr. GUIMARÃES DUQUE denominava de “lavoura em dois andares”, as receitas do cultivo em um hectare podem ainda ser maiores.

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