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Bendita algaroba – Prosopis juliflora

Publicado: Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h24 | Última atualização em Segunda, 17 de Junho de 2019, 09h24 | Acessos: 415

Jornal A Tarde

 

06/11/2007

 

A algarobeira é uma leguminosa encontrada nas regiões áridas e semiáridas do continente americano, norte da África e leste da Ásia, aqui chegando inicialmente em 1942, no município de Serra Talhada, Pernambuco, oriunda de Piúra, no Peru, e posteriormente em 1948, em Angicos, Rio Grande do Norte, importada do Sudão.

Resistente às estiagens, com suas raízes alcançando até 30 metros de comprimento – o que facilita o acesso à água – e adaptada a solos diversos, exceto nos de umidade excessiva, na severa seca de 1958, com precipitação de apenas 121 mm no Rio Grande do Norte, ela se manteve verde e produziu vagem em abundância.

De fácil multiplicação, com apenas 1 kg de sementes, duas delas enterradas em saquinho plástico, obtêm-se entre 12 mil e 15 mil mudas que podem ser transplantadas ao atingir 25 cm de altura, num espaçamento de até 10 metros, sem contar sua difusão ampla por meio das fezes dos animais que deliciam a adocicada vagem, assim quebrando a dormência ao longo da digestão.

No segundo ano, flora e acontece no momento crítico da estiagem, fornecendo néctar em abundância e de ótima qualidade à apicultura, a ponto de, a partir do quarto ano gerar, anualmente, em derredor de 100 a 200 kg/mel/ha, o que em muito contribui para uma abundante produção de vagens.

Estas, por sua vez, caem após 60 dias da floração, com carga variável entre 4 a 6 ton/ha/ano, passando a alimentar rebanhos diversos, especialmente bovinos, caprinos, ovinos e até suínos, sem contar uma diversidade de produtos outros que lhe são derivados, a exemplo de farinha para pães, torragem de sementes para “café” e álcool etílico, com 100 quilos delas produzindo 27 litros deste produto.

Não bastassem tais proveitos, a madeira é de ótima qualidade para tudo quanto se possa imaginar, desde a resistência para cerca, quer estacas, quer moirões, pois não apodrece e é inacessível ao cupim, até para o fabrico de lindos móveis. Aos cinco anos, atinge até 120 m³/ha/ano de lenha para cerâmicas, padarias, alambiques, siderurgia etc, decisivamente poupando a vegetação nativa, a qual substitui na proteção da incidência dos raios solares sobre o solo.

Afora tantas e grandiosas vantagens, ainda exsuda resina apropriada ao fabrico de cola e insumo para a indústria têxtil, sem contar a riqueza de tanino na casca, imprescindível em curtumes, cumeando a aventurança com confortante e deliciosa sombra, onde, montado, o vaqueiro sertanejo chega, para, apeia, amarra o burro e entra para tomar água “friinha” do pote de barro, que bem cedo buscou na cacimba.

 

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