Avanço do assoreamento do Rio Doce em Colatina assusta
Seca forma bancos de areia no Rio Doce e muda a paisagem. A Agência Estadual de Recursos Hídricos avalia como grave o processo pelo qual passa o Rio Doce. Há uma perda de 160 toneladas de solo por km² por ano. Um estudante de arquitetura está fazendo registros fotográficos do Rio Doce, em Colatina, e flagrou o avanço do assoreamento do rio.
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Por Alessandro Bachetti, TV Gazeta
16/07/2019
Um estudante de arquitetura está fazendo registros fotográficos do Rio Doce, em Colatina, no noroeste do Espírito Santo, há três meses, e flagrou o avanço do assoreamento do rio. A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) diz que o volume está dentro do esperado para o período.
O projeto começou em abril e desde então, o estudante de arquitetura Renilton Kirmse registra, toda semana, três pontos do rio. No início da observação, o rio estava com 2 metros de profundidade. Em julho, o volume de água atingiu a marca de 1,1 metro.
“Quando a gente passa por cima da ponte não vê qual a gravidade que está no rio. Mas quando a gente olha pelo ângulo diferenciado, a gente vê que o rio está pedindo socorro”, declarou. “Com o drone, a gente consegue ver como é o movimento de areia no Rio Doce é grande a cada semana”, explicou Kirmse.
Projeto de estudante registra aumento de bancos de areia no Rio Doce, no ES — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Os moradores também estão preocupados com o rio. "Cada dia que passa tem mais areia chegando no rio por motivo da degradação, que acabaram com as matas”, Nelson José Barcelos.
Projeto mostra aumento de banco de areia no Rio Doce, no ES — Foto: Renilton Kirmse/ TV Gazeta
Abastecimento
A água que abastece a cidade de Colatina, com mais de 100 mil habitantes, é toda captada do rio Doce. A Agerh disse que a quantidade de água no rio está normal para o período de seca e o não corre risco de desabastecimento.
O diretor do Serviço Colatinense de Meio Ambiente e Saneamento Ambiental (Sanear), Geraldo Avancini, garante que abastecimento no município de água está mantido.
"Apesar do aspecto visual do Rio Doce , a vazão atual não deixa que a gente fique sem captação de água para distribuir com qualidade. O que acontece, às vezes, é de fazer ações para que a água chegue nas estações de bombeamento, que é a abertura de valas e canais", explicou.
Para aumentar a quantidade de água no rio, o diretor afirma que são necessárias ações como recuperação de nascente, de mata ciliar e plantio de árvores em encostas.
Segundo Avancini, o trecho do Rio Doce, em Colatina, é mais largo e com menos inclinação, possibilitando o aparecimento dos bancos de areia. recuperando nascente, plantio de árvores nas encostas e matas ciliares para que a gente produza mais água.
"É uma questão física. O desmatamento também contribuiu para que venha mais areia para o Rio Doce", disse Avancini.
Mais imagens do assoreamento em Colatina - Fotos: Renilton Kirmse




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