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Ambientalistas trabalham para que Lagoa da Prata tenha área de soltura de animais na Volta Grande

Publicado: Terça, 19 de Novembro de 2019, 16h21 | Última atualização em Terça, 19 de Novembro de 2019, 16h21 | Acessos: 541

Intenção é fazer do local santuário de fauna e flora, com alojamento para pesquisadores, área de observação e espaço especializado para soltura de animais silvestres. 

https://www.jornalcidademg.com.br/ambientalistas-e-pescadores-trabalham-para-que-lagoa-da-prata-tenha-area-de-soltura-de-animais-silvestres-na-regiao-da-volta-grande/ 

18/11/2019

A área onde o Rio São Francisco foi mutilado e perdeu aproximadamente 8 km de extensão. (Foto: Aapa/Divulgação). 

A Volta Grande foi durante décadas uma grande preocupação para pescadores, ambientalistas e pessoas que de certa forma acompanharam os crimes ambientais cometidos pela antiga Usina Luciânia contra o Rio São Francisco e todo o ecossistema da região. A área onde o Rio São Francisco foi mutilado e perdeu aproximadamente 8 km de extensão, passou a ser motivo de um embate judicial entre Ministério Público (MP) e os antigos donos da Usina Luciânia, que são até hoje os proprietários legais das terras. 

Porém, recentemente, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a área foi repassada para a Associação dos Pescadores Amadores do Alto São Francisco (Aapa) em forma de comodato. Ambientalistas e pescadores estão com um projeto de recuperação da região com o intuito de fazer do local um santuário de fauna e flora. A ideia dos envolvidos é fazer do lugar uma Área de Soltura de Animais Silvestres (Asas).

Área onde o Rio São Francisco foi desviado e interrompido. (Foto: Satélite/Mapeamento: Alan Russel e Rafael Robatine). 

Confira a área de preservação ambiental que está sob responsabilidade da Aapa (Foto: Satélite/Mapeamento: Alan Russel e Rafael Robatine). 

A Aapa assim que recebeu a responsabilidade de tomar conta da área não perdeu tempo e já começou a realizar intervenções para a recuperação da região. A primeira ação foi fechar um dreno que existe na região e que tinha o intuito de secar uma lagoa para plantio de cana de açúcar. Após o fechamento do dreno, a lagoa já começa a dar sinais de recuperação e, dependendo da quantidade de chuvas, pode em breve voltar a ser uma grande área alagada, como foi há muitas décadas atrás.

Além da recuperação da lagoa, a Aapa já realiza um trabalho de reflorestamento na Volta Grande. Homens e máquinas estão trabalhando juntos e diversas espécies de árvores frutíferas estão sendo plantadas. Setores da sociedade também já abraçaram a iniciativa da Aapa e no último dia 15 de novembro, houve um mutirão onde foram plantadas mais de 900 mudas de árvores. Para esta ação, estiveram presentes, o Corpo de Bombeiros, Rotary Clube, Grupo de Escoteiros Águas do Pântano 174 e também a empresa Ambiental Sem Limites, que forneceu maquinário, pessoal de apoio e as mudas para o plantio. 

Saulo de Castro é ambientalista, presidente da Aapa e acompanha a muitos anos o que acontece na Volta Grande. Em 2013, Saulo de Castro foi produtor executivo do documentário audiovisual Rio Interrompido, que conta em detalhes o processo de mutilação do rio, ouvindo pescadores, ambientalistas e pessoas que trabalharam na Usina Luciânia, na época em que aconteceram os diversos crimes ambientais na região.

Durante muitos anos, Saulo, juntamente com ambientalistas e pescadores, lutaram para que a região fosse recuperada, o desvio fosse fechado e as águas voltassem a correr no leito original do Rio São Francisco.

900 mudas foram plantadas na região de Volta Grande. (Foto: Aapa/Divulgação). 

Porém, após o MP solicitar que uma consultoria fosse realizada para analisar os impactos ambientais, os especialistas chegaram à conclusão de que seria praticamente impossível voltar o rio para seu leito original. Diante disso, o MP entendeu que o mais certo a fazer seria tentar recuperar a área de outra maneira, uma vez que, de acordo com a consultoria ambiental, intervenções no local para fazer com que o rio voltasse ao seu leito normal poderiam afetar ainda mais o ecossistema na região. 

“O que pretendemos é recuperar toda a região que sofreu drásticas intervenções e voltar a dar vida aquele lugar. Infelizmente é praticamente impossível fazer com que o rio volte ao seu leito normal. Porém, podemos sim fazer da região da Volta Grande um santuário da fauna e flora. Um espaço onde alunos, ciclistas e amantes da natureza possam visitar, entender o que aconteceu na região e ajudar de alguma forma a conservar o meio ambiente” explicou Saulo. 

O ambientalista disse que tem muitos parceiros para que o sonho de fazer da região um santuário ecológico vire realidade. Entretanto, é necessário que empresas e o poder público abracem a causa e ajudem para que a Área de Soltura de Animais Silvestres se torne realidade. 

“Nosso projeto é audacioso, porém alcançável. Já temos o apoio do Ibama, IEF, Instituto Chico Mendes e diversos setores da sociedade. Porém, precisamos que empresas abracem a causa e nos ajudem a executar o projeto. Queremos construir um alojamento para pesquisadores e alunos, um espaço para palestras, pontos de observação e um local onde servirá de quarentena para os animais que serão soltos”, acrescentou o ambientalista.

“Durante todos esses anos de cultivo de monocultura de cana de açúcar, muitos animais estão extintos na região. Com a colaboração do Ibama e IEF, podemos fazer da Volta Grande um local de soltura de animais silvestres e inserir esses animais de volta ao nosso ecossistema. Porém, precisamos da ajuda de empresas para que possamos executar o projeto e construir toda estrutura necessária para realizar essas ações”, completou Saulo.

Ação teve apoio de diversas entidades, inclusive do Corpo de Bombeiros. (Foto: Aapa/Divulgação).

 

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