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Alta concentração de agrotóxicos na água provocou morte de peixes na Represa Billings, diz relatório

Publicado: Quinta, 28 de Novembro de 2019, 10h49 | Última atualização em Quinta, 28 de Novembro de 2019, 10h49 | Acessos: 453

Exame da água mostrou a presença de glifosato, o que sugere que esse seja um fator crítico para a mortandade tão repentina dos animais naquele local. 

Assista ao vídeo da matéria, no endereço abaixo

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/11/27/alta-concentracao-de-agrotoxicos-na-agua-provocou-morte-de-peixes-na-represa-billings-diz-relatorio.ghtml?fbclid=IwAR1tGX70QdsdWT9_t3aEN-FnNmcSoKvGHIM2Z2f5toltWi5YlQNmsvYxi6A&fbclid=IwAR2PuLXR9IMxgRMOTBfCHSedxPjBZ2bCS0jFhsxvOurwMbg7nKbdQlxlo_g 

Por Patricia Falcoski, SP2 

27/11/2019  

Milhares de peixes são vistos mortos na Billings em março — Foto: TV Globo/Reprodução
Milhares de peixes são vistos mortos na Billings em março — Foto: TV Globo/Reprodução

Pesquisadores da Universidade Municipal de São Caetano do Sul concluíram um relatório que aponta a causa da mortandade de peixes na Represa Billings. O documento obtido com exclusividade pelo SP2 mostra que um dos fatores críticos para a morte dos peixes foi a alta concentração de agrotóxicos na água da Billings. 

Foram oito meses de trabalho no laboratório da Universidade Municipal de São Caetano Do Sul desde março quando pescadores encontraram centenas de peixes mortos na Billings. Na época, os pesquisadores, que estudam a represa há anos, recolheram amostras da água e alguns peixes para análise. 

O exame da água mostrou a presença de glifosato, o que sugere que esse seja um fator crítico para a mortandade tão repentina dos animais naquele local. 

O glifosato é um agrotóxico muito usado na região amazônica e em plantações mais próximas aos centros urbanos. Para os pesquisadores, essa substância traz alto risco de contaminação para rios, lagos e represas. 

Marta Marcondes, pesquisadora da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, explica que o glifosato quando está presente na água, causa a intoxicação e a morte de animais aquáticos. “E é isso que eu acredito que tenha acontecido, que tenha, uma quantidade grande tenha sido jogado, né? Não sei de onde porque nós não estávamos ali no momento que aconteceu. A gente só viu o resultado final que foi a mortandade muito rápida daqueles animais”, afirma. 

A Represa Billings é um dos reservatórios mais importantes da região metropolitana, ocupa uma área de mais de 100 km² e abastece 1,5 milhão de pessoas no ABC e na Zona Sul de São Paulo. No dia em que os peixes morreram, o oxigênio da água também estava muito baixo. 

Segundo o documento, o oxigênio dissolvido, fundamental para a vida dos organismos aquáticos, no dia da coleta, se encontrava inferior ao que é preconizado pela legislação. 

Essa falta de oxigênio é um dos reflexos da poluição - que vem de várias fontes. 

Mas um dos problemas mais críticos no entorno da Billings são as ocupações irregulares que lançam o esgoto direto na represa. 

“Nós temos também um outro fator muito grave que é a questão do bombeamento da água do Rio Pinheiros para dentro do reservatório. E esse bombeamento traz do Rio Pinheiros que nós sabemos que, infelizmente, é um canal de esgoto a céu aberto. Traz todo esse esgoto para dentro do reservatório”, explica. 

O estudo dos peixes recolhidos em março ainda está em andamento. Os pesquisadores estão avaliando se a contaminação por uma toxina das algas que se alimenta do esgoto também contribuiu para a mortandade. 

A Promotoria de Justiça de São Bernardo Do Campo instaurou em setembro um inquérito civil para apurar a mortandade de peixes na represa Billings e informou que já pediu duas vezes à Cetesb para que verifique a poluição da água, mas ainda não teve retorno.

 

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