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Rios que foram enterrados com a urbanização da cidade

Publicado: Quinta, 13 de Fevereiro de 2020, 11h52 | Última atualização em Quinta, 13 de Fevereiro de 2020, 11h52 | Acessos: 887

https://saopaulosao.com.br/conteudos/outros/89-rios-que-foram-enterrados-com-a-urbanizacao-da-cidade.html?fbclid=IwAR01PA9lH--ZRwTqwAkpKvhKZbEdcwoLRl4y5cd3S3ViDcVQW5dJcz7OyE0

 

11/01/2018

Cerca de três mil quilômetros de rios e riachos correm sob a cidade. Imagem: Rios e Ruas.

Cerca de três mil quilômetros de rios e riachos correm sob a cidade. Imagem: Rios e Ruas. 

Na cidade de São Paulo, não importa o local, ninguém está a mais de 300 metros de distância de um curso d'água, afirma o geógrafo Luiz de Campos Junior. A frase pode soar estranha em uma metrópole acostumada com a selva de asfalto e concreto que deixa pouco espaço para seus rios, córregos e riachos correrem a céu aberto. Mas eles estão lá, no subterrâneo, correndo em galerias após serem tamponados. 

A Prefeitura de São Paulo tem, mapeados e nomeados, 280 cursos d'água. Esse número, porém, é muito maior, diz Campos, um dos fundadores da iniciativa Rios e Ruas, que desde 2010 mapeia os rios e córregos subterrâneos da capital paulista. O grupo trabalha com uma estimativa de 300 a 500 cursos d'água escondidos sob ruas e avenidas. Juntos, eles somariam cerca de 3.000 quilômetros de extensão, outro número que também pode ser maior que a estimativa.Dedo do Homem

Margem direita do rio Tamanduateí no fim do século XIX. Foto: Guilherme Gaensly.

Margem direita do rio Tamanduateí no fim do século XIX. Foto: Guilherme Gaensly. 

Intervenções humanas na natureza dos rios da capital existem desde pelo menos o século XIX, quando já se poluía o rio Tamanduateí, que nasce na serra do Mar e percorre a zona leste de São Paulo. Em 1894, teve início a discussão do projeto de retificação do curso do rio, cuja obra seria concluída em 1916. Foi o primeiro dos grandes rios da capital paulista a ser canalizado para escoar o esgoto dos bairros localizados próximos a ele. A partir dos anos 1920, ganham força os projetos de canalização e retificação dos rios paulistanos.

Vista da Marginal Tietê e do Rio, a partir da ponte da Casa Verde. Foto: Marcos Estrella.

Vista da Marginal Tietê e do Rio, a partir da ponte da Casa Verde. Foto: Marcos Estrella. 

As obras no rio Pinheiros têm início em 1928, seguindo até meados dos anos 1950. Dez anos mais tarde, é a vez do rio Tietê, que só na década de 1970 ganharia a "cara" que tem hoje. O momento coincide com a popularização do automóvel como meio de transporte da classe média paulistana, que precisava de vias para melhorar o acesso às partes mais remotas da cidade. A capital paulista estava em franca expansão e "engolia" municípios vizinhos, como Santo Amaro.  

Tratamento

Mapa hidrográfico revela os rios da cidade de São Paulo. Imagem: Rios e Ruas.

Mapa hidrográfico revela os rios da cidade de São Paulo. Imagem: Rios e Ruas. 

"Tem que pensar em como não sujar a água. A gente teve uma política que enterrou completamente os rios. Em vez de cuidar, enterrou tudo para o povo não poder usar", afirma o geógrafo Campos Júnior. "Mesmo com os visíveis as pessoas não têm contato, não chegam perto." O ideal, segundo ele, seria um tratamento que preserve o curso d'água a céu aberto e que mantenha alguma sinuosidade do rio. "A pior maneira de canalizar um rio é o tamponamento." Esse processo cria uma galeria ou tubulação enterrada que recebe, junto com a água da chuva, toda a sujeita das ruas e até ligações de esgoto. "Tudo isso ocorre sem que possamos ver ou ter contato com a condição do rio", diz Campos.Iniciativa Rios e Ruas

Rios e Ruas, criado pelo Instituto Harmonia, nasceu em 2010, fruto da parceria do arquiteto e urbanista José Bueno com o educador Luiz de Campos Jr. O projeto oferece o reconhecimento das  principais bacias hidrográficas de São Paulo e a exploração in loco dos rios e riachos da cidade, soterrados ou não, por meio de oficinas prático-teóricas e vivências em expedições da nascente à foz dos cursos d’água.Tem como foco de trabalho promover o reconhecimento e a exploração das áreas intensamente urbanizadas, redescobrindo a natureza de rios soterrados por ruas e construções, com o objetivo de contribuir para despertar em jovens e adultos uma compreensão sobre o uso do espaço urbano e a criação de vínculos afetivos e de pertencimento com o espaço de vivência.O processo de construção da ideia e da metodologia de trabalho vem sendo desenvolvida por Luiz de Campos Jr. desde 1995, em atividades no ensino regular de 1º e 2º grau, em programas de formação e atualização de educadores e, a partir do final da década de 90, junto ao público em geral.***
Da Redação.

 

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