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Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 13/12/2019

Publicado: Sexta, 13 de Dezembro de 2019, 12h18 | Última atualização em Segunda, 16 de Dezembro de 2019, 15h44 | Acessos: 840

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Represa de Sobradinho, BA 

Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 13/12/2019, portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de acumulação volumétrica.

13/12/2019

Reservatório

Data

Afluência m³/s

Defluência m³/s

Volume atual

(%)

Volume ano anterior (%)

Três Marias

11/12

1.014

290

53,36

48,11

Sobradinho

11/12

1.160

925

26,28

28,23

Itaparica

11/12

800

888

37,14

33,08

Xingó*

11/12

802

807

-

-

* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio  d´água

05/12/2019

Reservatório

Data

Afluência m³/s

Defluência m³/s

Volume atual

(%)

Volume ano anterior (%)

Três Marias

04/12

597

229

50,23

45,36

Sobradinho

04/12

800

990

25,71

27,07

Itaparica

04/12

1.050

953

37,14

30,03

Xingó*

04/12

773

805

-

-

* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio  d´água
______________________________________________________________

 

Fonte: Chesf

http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx  

Fonte: ANA

http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario

                        

COMENTÁRIOS

João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

A partir de novembro é iniciado o período chuvoso na bacia do Rio São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.

Com a quadra chuvosa na bacia do São Francisco em vigor, a vazão do rio começa a aumentar progressivamente. Com isso, as represas existentes em sua calha tendem à recuperação de suas capacidades. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 1.014 m³/s (na semana passada estava em 597 m³/s) e uma defluência de 290 m³/s (na semana passada estava em 229 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou na elevação do percentual de sua capacidade para 53,36%. Na semana anterior Três Marias estava em 50,23%. Portanto, um aumento na semana de 3,13%.

A afluência em Sobradinho subiu para 1.160 m³/s (na semana anterior era de 800 m³/s). A sua defluência caiu para 990 m³/s (na semana anterior era de 1.181 m³/s). Nas atuais condições de gestão hídrica, Sobradinho começa a recuperar a sua capacidade volumétrica. Atualmente, ela está em 26,28% (na semana anterior estava com 25,71%). Portanto, um aumento de 0,57%  na semana em curso.

Francisco de Assis Pereira, (Pereira Bode Velho), do Movimento Carta de Morrinhos, observa, em seu blog, que a vazão do Rio São Francisco começou a subir e, com ela, as fortes emoções na sua evolução.

O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) começou a evoluir na semana em curso (13/12), estando em cerca de  18,93% - 11/12/2019. Na semana anterior era de  18,88% - 04/12/2019 (dados ONS), portanto um aumento de 0,05% na semana . Com esse  cenário, a ANEEL determinou a mudança das tarifas de energia para a modalidade “bandeira amarela” a partir do mês de dezembro.

Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade, com as águas provenientes da represa de Boqueirão de Cabaceiras (411,6 milhões de m³ de capacidade). No entanto, a referida represa começou a depreciar sua capacidade volumétrica, baixando seu percentual acumulatório a níveis preocupantes. Problemas estruturais no eixo Leste do projeto obrigaram as autoridades a interromper o bombeamento em Itaparica. Concluídos os reparos no referido Eixo, notícias da Aesa, do dia 04/12/2019, deram conta de que as águas da transposição só chegarão ao açude de Boqueirão em 2020, devido à vazão ora bombeada ainda se encontrar muito reduzida, tornando lento o percurso das águas até Cabaceiras.

Essa notícia da retomada dos bombeamentos no Eixo Leste veio em boa hora, tendo em vista o aumento da demanda volumétrica advinda do abastecimento dos municípios pernambucanos de SertâniaArcoverdePesqueiraBrejo da Madre de DeusBelo JardimAlagoinhaTacaimbó, São Bento do Una, Sanharó e Custódia por intermédio da adutora do Moxotó, cuja captação da água é na mesma fonte que abastece Campina Grande e 18 municípios do seu entorno, ou seja, o Eixo Leste da Transposição. Além do mais, uma decisão tomada pelas autoridades paraibanas, no início de março do corrente ano, havia aumentado o grau de incertezas dos campinenses em relação à existência dos volumes necessários ao abastecimento futuro de Campina. Apesar da ineficiente gestão hídrica existente no projeto da Transposição, o poder público havia autorizado, e posteriormente interrompido, por falta de água no canal, parte dos volumes bombeados de Itaparica para o uso na irrigação de meio hectare, em áreas próximas ao Eixo Leste do projeto.

Segundo a Aesa, na semana (13/12), o percentual volumétrico total de Boqueirão caiu para  15,95% (na semana anterior era de 16,36%). Portanto, na semana em curso houve uma queda no percentual de sua capacidade de 0,41%. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 7,75%. Um volume que preocupa sobremaneira o campinense, para o atendimento das demandas hídricas de uma  população estimada em cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).

Para complicar ainda mais a situação de Boqueirão, no dia 08/07 a AESA autorizou o aumento da defluência da represa, em direção ao açude de Acauã, em cerca de 2 m³/s, durante 45 dias, visando a recuperação desta represa. A meta foi a de incorporar ao açude de Acauã, um volume adicional, oriundo de Boqueirão de Cabaceiras, de aproximadamente 20 milhões de m³.  No caso em questão, a incipiente gestão hídrica de Boqueirão ficou novamente evidenciada. Findo o prazo da defluência de 45 dias, a AESA diminuiu a defluência de Boqueirão em direção a Acauã, para 300 litros por segundo.

Cumprida a meta de incorporar à represa de Acauã os 20 milhões de m³ e, agora, com o aporte de 300 litros por segundo oriundos de Boqueirão, esses volumes foram suficientes para livrar a represa de Acauã do volume morto. Mas o açude, atualmente, voltou a iniciar processo de queda em sua capacidade, estando com cerca de 9,92% (13/12). Na semana anterior era de 10,17%, resultando numa queda de 0,25% em uma semana. Quando descontados daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil  de 1,92% (na semana anterior era de 2,17%). Nessa perspectiva, a represa de Acauã, apesar de ter saído da condição de volume morto, ainda traz enormes preocupações quanto ao atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado, que são por ela abastecidos, além de trazer enormes prejuízos ao projeto  Acauã-Araçagi, em vias de construção na Paraíba.

Em relação ao Eixo Norte da Transposição, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informou da possibilidade da chegada das águas do projeto, aos cearenses, paraibanos e norteriograndenses, em março de 2020.

A seguir, são informados os volumes que fluíram, na semana em curso, nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico (13/12). A UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 229 m³/s, nessa semana subiu para 290 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 1.069 m³/s, na atual subiu para 2.424 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 1.273 m³/s, na atual subiu para 3.052 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 955 m³/s, na atual subiu para 2.143 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 1.098 m³/s, nessa semana subiu para 1.575 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 1.105 m³/s, na atual caiu para 1.026 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 881 m³/s, na atual subiu para 918 m³/s.

Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões regularizadas no Submédio e Baixo São Francisco:

Dia 13/12: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 290 m³/s; São Romão 2.424 m³/s; São Francisco – 3.052 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 2.143 m³/s; Morpará – 1.575 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.026 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 918 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 05/12: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 229 m³/s; São Romão 1.069 m³/s; São Francisco – 1.273 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 955 m³/s; Morpará – 1.098 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.105 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 881 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 29/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 454 m³/s; São Romão 706 m³/s; São Francisco – 918 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 1.088 m³/s; Morpará – 973 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.390 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 979 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 25/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 461 m³/s; São Romão 798 m³/s; São Francisco – 1.100 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 821 m³/s; Morpará – 726 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.390 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.259 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 18/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 458 m³/s; São Romão 543 m³/s; São Francisco – 630 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 706 m³/s; Morpará – 741 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.379 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 942 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 08/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 449 m³/s; São Romão 606 m³/s; São Francisco – 711 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 685 m³/s; Morpará – 698 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.127 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.259 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 01/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 456 m³/s; São Romão 543 m³/s; São Francisco – 625 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 652 m³/s; Morpará – 708 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.082 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.323 m³/s. (dados da Chesf)

 

Comportamento das vazões do rio ao longo da quadra chuvosa (nov-abr) e de estiagem (mai-out).

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2019 a outubro de 2019.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.

 

Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos

2012

http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html

2013

http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html

2014

http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html

2015

http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html

2016

http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html

2017

http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html

2018

http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html

 

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Francisco de Assis Pereira, (Pereira Bode Velho), do Movimento Carta de Morrinhos, observa que a Vazão do Rio São Francisco está subindo e que começam as emoções (12/12/2019)

José Do Patrocínio Tomaz Albuquerque Em plena estação chuvosa, quando as vazões afluentes são altas, continuam a administrar os reservatórios como se fossem localizados em rios intermitentes. Por isso, as defluência são inferiores à vazões de regularizações 100% garantidas (vazões firmes). Vejamos o que vai acontecer com os reservatórios no fim do período chuvoso. Depois na estação de estio, quando o escoamento de base é fundamental!

 

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