Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Transposição do Rio São Francisco > Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 08/05/2020
Início do conteúdo da página

Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 08/05/2020

Publicado: Segunda, 22 de Fevereiro de 2021, 16h03 | Última atualização em Segunda, 22 de Fevereiro de 2021, 16h03 | Acessos: 204

 

Barragem de Sobradinho atinge faixa de operação Normal e poderá ...
Represa de Sobradinho, BA

Estamos iniciando atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco, notadamente os de Três Marias, localizado na região do Alto, e Sobradinho, Complexo de Paulo Afonso e Xingó, no Submédio São Francisco, locais onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste. Tais reservatórios acumulam água no período de novembro a abril, para disponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 08/05/2020, portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase de disponibilização volumétrica.

2202

Fonte: Chesf
http://www.chesf.gov.br/SistemaChesf/Pages/GestaoRecursosHidricos/GestaoRecursosHidricos.aspx  

Fonte: ANA
http://www3.ana.gov.br/portal/ANA/sala-de-situacao/sao-francisco/sao-francisco-boletim-diario

COMENTÁRIOS

João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

A partir de maio é iniciado o período sem chuvas na bacia do São Francisco. Continuaremos os informes volumétricos semanais do rio, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia hidrográfica; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.

Na semana em curso (08/05), as represas existentes na calha do rio tendem a diminuir seus volumes, a exemplo de Três Marias, que está com uma afluência de 398 m³/s (na semana passada estava em 479m³/s) e uma defluência de 645 m³/s (na semana passada estava em 602 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou na diminuição do percentual de sua capacidade para 97,08%. Na semana anterior Três Marias estava em 97,87%. Portanto, uma queda na semana de 0,79%.

Nesse mesmo período, a afluência em Sobradinho caiu para 2.530 m³/s (na semana anterior era de 2.700 m³/s) e a sua defluência caiu para 1.412 m³/s (na semana anterior era de 1.513 m³/s). Nas atuais condições de gestão hídrica, Sobradinho aumentou a sua capacidade. Atualmente, ela está em 92,87% (na semana anterior estava com 90,95%). Portanto, houve, na semana em curso, um aumento de 1,92% em sua capacidade.

O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) aumentou na semana em curso (08/05), estando em cerca de 54,93 – 06/05/2020. Na semana anterior era de 54,82 – 30/04/2020 (dados ONS), havendo, portanto, no período, um acréscimo na sua capacidade de cerca de 0,11%. Com essa expectativa de aumento volumétrico nas represas, a ANEEL determinou a cobrança das tarifas de energia elétrica dos brasileiros, a partir do mês de março, na modalidade “bandeira verde”, apostando na possibilidade de manutenção desse cenário pluviométrico na região.

As fortes chuvas caídas nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 na bacia do Rio Paraíba, fizeram Boqueirão de Cabaceiras (açude paraibano com 411,6 milhões de m³ de capacidade), acumular significativo volume. O projeto da Transposição do Rio São Francisco encontra-se atualmente paralisado. Notícias de 11/03/2020 deram conta de que o Eixo Leste do projeto está necessitando de reparos, devido às fortes chuvas caídas na região agreste dos estados da Paraíba e de Pernambuco, as quais resultaram em danos estruturais no canal, obrigando as autoridades à interrupção do sistema de bombeamento.

Essa notícia do desligamento das bombas no Eixo Leste do projeto preocupou as autoridades pernambucanas ligadas ao setor hídrico, tendo em vista o aumento das demandas pela água, advindas do abastecimento dos municípios pernambucanos de SertâniaArcoverdePesqueiraBrejo da Madre de DeusBelo JardimAlagoinhaTacaimbó, São Bento do Una, Sanharó e Custódia por intermédio da adutora do Moxotó, cuja captação da água é na mesma fonte que abastece Campina Grande e 18 municípios do seu entorno, ou seja, o Eixo Leste da Transposição.

Segundo a AESA, o atual cenário pluviométrico da semana (08/05) fez o percentual volumétrico total de Boqueirão subir para  70,52% (na semana anterior era de 67,80%). Portanto, houve, na semana em curso, um aumento no percentual volumétrico da represa, de cerca de  2,72%. Quando descontados daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de 62,32%. Um volume que ainda preocupa o campinense, pois a represa é responsável pelo atendimento das demandas hídricas de uma  população estimada entre 800 e um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).

Esse volume acumulado em Boqueirão de Cabaceiras dará folga, aos campinenses, para não se falar mais em "racionamento d’água", pelo menos nós próximos dois anos. Mas corre-se o risco de não se falar, também, no projeto da Transposição do São Francisco, por igual período! Para complicar ainda mais a situação de Boqueirão, a represa de Acauã, localizada a jusante do açude, está necessitando de aportes hídricos com vistas à sua recuperação volumétrica e, com isso, dar continuidade à função de abastecer cidades. Segundo a AESA, esse aporte volumétrico está sendo oriundo da defluência de Boqueirão, com volumes estimados em cerca de 2,0 m³/s.

Com esse aporte volumétrico proveniente de Boqueirão, a represa de Acauã vem elevando o percentual de sua capacidade vagarosamente, estando, atualmente, com cerca de 13,31% (08/05). Na semana anterior era de 13,14%, registrando, portanto, em uma semana, um aumento de 0,17%. Quando descontados daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil  de 5,31% (na semana anterior era de 5,14%). Nessa perspectiva, a represa de Acauã, apesar de ter saído da condição de volume morto, ainda traz enormes preocupações quanto ao atendimento das demandas hídricas de 14 municípios paraibanos, que são por ela abastecidos, além de trazer enormes prejuízos ao projeto  Acauã-Araçagi, em vias de implantação na Paraíba, o qual irá utilizar as águas de Acauã/Velho Chico para a irrigação e para o abastecimento de populações.

Em relação ao Eixo Norte do projeto da Transposição, notícias mais recentes (03/02/2020) deram conta da existência de obstáculos no percurso das águas entre a barragem de Negreiros e o reservatório de Milagres. Esse fato, além de necessitar dos reparos devidos, irá atrasar o cronograma de chagada das águas no território cearense. Em matéria do Diário do Nordeste de 26/04/2020, as autoridades estimam em um período superior a 45 dias, para a conclusão desses trabalhos.

A seguir, são informados os volumes que fluíram na semana em curso, nos postos de observações volumétricas entre Três Marias e a foz do Velho Chico (08/05). A UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 602 m³/s, nessa semana subiu para 645 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 1.081 m³/s, na atual caiu para 980 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 1.878 m³/s, na atual caiu para 1.388 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 2.403 m³/s, na atual caiu para 1.732 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 2.560 m³/s, nessa semana caiu para 2.174 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 1.755 m³/s, na atual caiu para 1.655 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 1.554 m³/s, na atual caiu para 1.438 m³/s.

Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões regularizadas no Submédio e Baixo São Francisco:

Dia 08/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 645 m³/s; São Romão 980 m³/s; São Francisco – 1.388 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 1.732 m³/s; Morpará – 2.174 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.655 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.438 m³/s. (dados da Chesf)

Dia 01/05: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 602 m³/s; São Romão 1.081 m³/s; São Francisco – 1.878 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 2.403 m³/s; Morpará – 2.560 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 1.755 m³/s e Propriá (controle das defluências de Xingó) 1.554 m³/s. (dados da Chesf)

Comportamento das vazões do rio ao longo da quadra chuvosa (nov-abr) e de estiagem (mai-out).

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2019 a abril de 2020 (período chuvoso)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2019 a outubro de 2019 (período Seco)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de novembro de 2018 a abril de 2019 (período chuvoso)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de Três Marias, São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018 (período seco)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018 (período chuvoso)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017 (período seco)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017 (período chuvoso)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016 (período seco)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016 (período chuvoso)

Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos

2012
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_97.html

2013
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_21.html

2014
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_22.html

2015
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_25.html

2016
http://www.suassuna.net.br/2017/03/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_72.html

2017
http://www.suassuna.net.br/2018/10/situacao-volumetrica-dos-reservatorios.html

2018
http://www.suassuna.net.br/2019/02/situacao-volumetrica-dos-reservatorios_8.html

2019
http://www.suassuna.net.br/2020/07/situacao-volumetrica-dosreservatorios_13.html




Fim do conteúdo da página

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o fundaj.gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de privacidade. Se você concorda, clique em ACEITO.