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Uso da água do rio Paraíba e açude Boqueirão durante pré-operação da transposição passa a ter novas regras

Publicado: Segunda, 26 de Novembro de 2018, 10h05 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h38 | Acessos: 334

Agência Nacional de Águas - ANA

13/11/2018
Açude Boqueirão (PB)
Açude Boqueirão de Cabaceiras (PB)

 

Garantir a subsistência dos agricultores que usam águas superficiais ou subterrâneas tanto no rio Paraíba quanto nas proximidades do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão) durante a pré-operação do Projeto de Integração do São Francisco (PISF). Este é um dos objetivos da Resolução Conjunta nº 87/2018, documento da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA), publicado no Diário Oficial da União de 9 de novembro.
As regras da Resolução Conjunta ANA/AESA abrangem todo o Sistema Rio Paraíba-Boqueirão, que inclui as águas superficiais e subterrâneas do rio Paraíba; do deságue do Eixo Leste do PISF, em Monteiro (PB), até o reservatório Epitácio Pessoa, em Boqueirão (PB) durante a fase de pré-operação da transposição do São Francisco. Quando o empreendimento entrar em operação, será editada uma resolução específica.
De acordo com a Resolução, o uso da água do Sistema ficará restrito para consumo humano, matar a sede de animais e atividades de subsistência – captações para outros usos estão suspensas, inclusive nos reservatórios São José II, Poções e Camalaú. Conforme as regras definidas pelas agências reguladoras, a água da região somente poderá ser usada em sistemas de irrigação localizada (microaspersão e gotejamento) e a área de cultivo no açude Boqueirão e ao longo do rio Paraíba ficará limitada a 250 hectares para cada uma destes trechos.
Para as finalidades permitidas, cada usuário de água poderá captar um volume máximo diário de 25.920 litros ou uma vazão necessária ao cultivo de até 0,5 hectare ou 5.000 metros quadrados. Outra limitação diz respeito ao tempo de captação, que poderá ser de até 8,5 horas por dia e de preferência no horário de tarifa verde de energia elétrica, aplicada quando o consumo de energia elétrica é menor. Também estão proibidas culturas de ciclo longo, exceto para produção de mudas e pastagem. A Resolução Conjunta só autoriza as culturas temporárias.
Todos estes usos só serão permitidos com autorização prévia da ANA, em águas da União, como o açude Boqueirão. Para utilizar as águas do rio Paraíba entre o portal do PISF e o limite da bacia hidráulica do açude Boqueirão, que fica no Sítio Jacaré, em Cabeceiras e Barra de São Miguel (PB), os usuários terão que solicitar autorização prévia junto à AESA. Além disso, as outorgas de direito de uso de recursos hídricos vigentes na região e que não se enquadrem à Resolução serão temporariamente alteradas. Pedidos de outorga que estejam em desacordo com as novas regras serão indeferidos.
Para que o açude Boqueirão possa liberar água para o rio Paraíba com finalidades de consumo humano ou dessedentação animal, será necessária uma avaliação dos volumes armazenados no reservatório pela ANA e pela AESA.
Com as novas condições de uso, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) fica autorizada a captar a vazão média mensal de 1.300 litros por segundo no Boqueirão para abastecer os Sistemas Cariri e Campina Grande, sendo esta a maior cidade da região com 407.472 habitantes segundo estimativa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

COMENTÁRIOS

João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Continuo achando um despropósito a autorização, pelas autoridades, das práticas da irrigação na bacia do Paraíba, no trecho sob a influência do projeto da Transposição do Rio São Francisco. Segundo o IPEA, a água que está sendo bombeada pelo referido projeto, tem custos muito elevados, o que inviabiliza seu uso para essa atividade. Além do mais, a situação é de crise hídrica, o que certamente irá obrigar o poder público no desenvolvimento de campanhas permanentes de informação, junto à população, sobre o uso cada vez mais inteligente da água disponível. A água tem que ser buscada com muito planejamento, e utilizada, pelo povo, com a parcimônia devida. A questão hídrica no Nordeste seco, doravante, tem que ser entendida e considerada como um dos ícones de segurança nacional!

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TD 1573 - Impactos do Projeto de Transposição do Rio São Francisco na Agricultura Irrigada no Nordeste Setentrional
http://www.suassuna.net.br/2018/11/td-1573-impactos-do-projeto.html
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