Situação volumétrica dos reservatórios das hidrelétricas da CHESF – 09/11/2018

Represa de Sobradinho, BA
Estamos iniciando uma atividade semanal de informação, aos interessados, dos estágios em que se encontram os níveis de acumulações volumétricas dos principais reservatórios da Chesf, na bacia do rio São Francisco. No caso específico da região do Submédio São Francisco - local onde é gerada a maior parte da energia elétrica do Nordeste - os reservatórios, principalmente o de Sobradinho, acumulam água no período de novembro a abril, paradisponibilizarem os volumes acumulados, no processo de regularização das vazões do Velho Chico, no período de maio a outubro. Estamos no dia 05/11/2018, portanto, em período no qual os reservatórios estão na fase deacumulação volumétrica.
09/11/2018
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Reservatório
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Data
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Afluência m³/s
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Defluência m³/s
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Volume atual
(%)
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Volume ano anterior (%)
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Três Marias
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07/11
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347
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178
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32,77
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6,92
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Sobradinho
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08/11
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530
|
737
|
21,65
|
2,32
|
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Itaparica
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08/11
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520
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594
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23,08
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13,75
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Xingó*
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08/11
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640
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626
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-
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-
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* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
05/11/2018
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Reservatório
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Data
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Afluência m³/s
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Defluência m³/s
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Volume atual
(%)
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Volume ano anterior (%)
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Três Marias
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04/11
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232
|
196
|
32,73
|
7,84
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Sobradinho
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04/11
|
520
|
738
|
21,97
|
2,66
|
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Itaparica
|
04/11
|
790
|
634
|
24,20
|
14,48
|
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Xingó*
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04/11
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580
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606
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-
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-
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* - Não há percentuais acumulados, tendo em vista o rio correr, em seu leito, a fio d´água
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Fonte: Chesf
Fonte: ANA
Sobre o assunto
Reportagens do Jornal da Band tratam das consequências das estiagens nos reservatórios das hidrelétricas do país
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
A partir do mês de novembro, dá-se o início do período chuvoso nas regiões do Alto e Médio São Francisco. O rio ainda se encontra com as suas vazões baixas, mas com tendência à elevação. Continuaremos os informes semanais de volumes, obtidos nos postos de observações localizados ao longo de sua bacia; das capacidades das represas de Três Marias, Sobradinho e Boqueirão de Cabaceiras (fonte de abastecimento de Campina Grande), bem como da situação volumétrica das principais represas geradoras de energia do País.
Como o início do período chuvoso na bacia do São Francisco, as vazões do rio se encontram em fase de elevação. Com isso, as represas existentes na calha do rio tendem ao aumento de suas capacidades, mas de forma lenta e gradual. Três Marias, por exemplo, está com uma afluência de 347 m³/s (na semana passada estava em 232 m³/s) e uma defluência de 178 m³/s (na semana passada estava em 196 m³/s). Esse balanço volumétrico resultou na elevação do percentual de sua capacidade para 32,77%. Na semana anterior Três Marias estava em 32,73%. Um aumento de 0,04% em uma semana.
A afluência de Sobradinho subiu para 530 m³/s (na semana anterior era de 520 m³/s). A defluência da represa voltou a se estabilizar no patamar de 737 m³/s (na semana anterior era de 738 m³/s). Nas condições atuais de gestão hídrica, Sobradinho vem depreciando o percentual de sua capacidade volumétrica. Atualmente, a represa está com 21,65% (na semana anterior estava com 21,97%). Portanto, uma diminuição de 0,32% em uma semana.
O percentual das capacidades dos reservatórios das regiões Centro Oeste/Sudeste (os mais importantes do País em termos de geração elétrica) caiu mais um pouco, estando atualmente em 19,70 – 07/11/018. Na semana anterior era de 19,83 – 04/11/2018 (dados ONS). Caiu, portanto, 0,13% em uma semana, e as tarifas de energia continuam sendo cobradas fazendo-se uso da “bandeira vermelha”.
Na Paraíba, o abastecimento de água de Campina Grande voltou à normalidade. Os reparos nos açudes de Poções e Camalaú, que recebem as águas da transposição, foram concluídos. Apesar da conclusão das obras, as águas do Rio São Francisco estão abastecendo o açude de Poções com baixa intensidade volumétrica. Segundo informações do poder público local, a vazão encontra-se diminuta naquele açude, o que provocará, fatalmente, atrasos na chegada das águas do São Francisco no açude de Boqueirão de Cabaceiras. Segundo previsões otimistas das autoridades, as águas do Velho Chico chegarão à represa de Boqueirão, no ano vindouro. A represa de Boqueirão encontra-se, no momento, em processo de depreciação volumétrica, em consequência do encerramento da quadra chuvosa na bacia do rio Paraíba e da insuficiência de vazões da Transposição para o interior da represa. Segundo a Aesa, na semana (09/11), o percentual volumétrico total de Boqueirão é de cerca de 25,45% (na semana anterior era de 25,69%).Portanto, houve uma queda percentual em sua capacidade de cerca de 0,24%, em uma semana. Quando descontados, daquele total, o percentual equivalente ao volume morto da represa (8,20%), Boqueirão totaliza um volume útil de apenas 17,25%. Um volume que preocupa para o atendimento das demandas hídricas de uma população estimadaem cerca de 800 a um milhão de pessoas (a população de Campina Grande e mais 18 municípios de seu entorno).
Prevendo o quadro de instabilidade volumétrica da represa de Boqueirão, o Dnocs interrompeu parcialmente a sua defluência, em direção à represa de Acauã, estando esta atualmente em cerca de 0,4 m³/s. Acauã encontra-se com percentual volumétrico total de cerca de 8,66% (09/11). Na semana anterior era de 8,77%. Houve, portanto, uma queda no percentual acumulado da represa de cerca de 0,11%, em uma semana. Quando descontados daquele total, o percentual equivalente ao seu volume morto (8,00%), Acauã perfaz um volume útil de apenas 0,66% (na semana anterior era de 0,77%), para o atendimento das demandas hídricas de 14 municípios do Estado.
Em relação ao Eixo Norte do projeto, começou a fase de testes de bombeamento, tendo havido, na semana de 24/08, alguns vazamentos em trechos do canal próximos a Salgueiro (PE), o que exigiu, por parte do poder público, medidas para a solução do problema. Atualmente, os testes foram interrompidos e o projeto encontra-se paralisado naquele setor.
A exploração descontrolada das águas subterrâneas em aquíferos do Rio São Francisco (Urucuia e outros), bem como de usos indevidos de suas águas (furtos e desvios para outros fins) têm, também, interferido nas reduções volumétricas do rio, exigindo das autoridades a realização de um estudo para melhor avaliação desses desequilíbrios hídricos, que tanto têm interferido na vida das populações do semiárido. Esse estudo comprovou que o Velho Chico perdeu volumes nos últimos anos
Com as chuvas caídas no decorrer da semana, houve um discreto aumento nas vazões no rio em sua parte Alta e Média. A seguir, são informados os volumes que fluíram nos postos de observações volumétricas existentes entre Três Marias e a foz do Velho Chico, na semana em curso (09/11). Na UHE de Três Marias, que na semana passada estava em 196 m³/s, nessa semana caiu para 178 m³/s. No posto de São Romão, que na semana anterior estava com 622 m³/s, na atual subiu para 789 m³/s; no de São Francisco, que na semana anterior estava com 685 m³/s, na atual subiu para 843 m³/s; no de Bom Jesus da Lapa, que na semana anterior estava com 870 m³/s, na atual caiu para 840 m³/s; no posto de Morpará, que na semana anterior estava com 861 m³/s, nessa semana subiu para 965 m³/s; no posto de Juazeiro, que na semana passada estava com 802 m³/s, na atual caiu para 797 m³/s e em Propriá, que na semana anterior estava com 658 m³/s, na atual subiu para 715 m³/s.
Abaixo, as informações dos postos de mensuração de vazões do rio, sob a responsabilidade da Chesf, a fim de que se tenha uma ideia dos volumes afluentes na represa de Sobradinho nos próximos dias, bem como as vazões no Submédio e Baixo São Francisco:
Dia 09/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 178 m³/s; São Romão – 789 m³/s; São Francisco – 843 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 840 m³/s e Morpará – 965 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 797 m³/s; Propriá (controle das defluências de Xingó) 715 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 05/11: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 196 m³/s; São Romão – 622 m³/s; São Francisco – 685 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 870 m³/s e Morpará – 861 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 802 m³/s; Propriá (controle das defluências de Xingó) 658 m³/s. (dados da Chesf)
Dia 26/10: UHE Três Marias (controle das defluências de Três Marias) 298 m³/s; São Romão – 631 m³/s; São Francisco – 690 m³/s; Bom Jesus da Lapa – 541 m³/s e Morpará – 520 m³/s; Juazeiro (controle das defluências de Sobradinho) 797 m³/s; Propriá (controle das defluências de Xingó) 715 m³/s. (dados da Chesf)
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa, Morpará, Juazeiro e Propriá, de maio de 2018 a outubro de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2017 a abril de 2018.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de maio de 2017 a outubro de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de novembro de 2016 a abril de 2017.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de junho a outubro de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco, nos postos de observação de São Romão, São Francisco, Bom Jesus da Lapa e Morpará, de fevereiro a maio de 2016.
Comportamento das vazões do Rio São Francisco ao longo dos anos
2012
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