Sem águas do rio São Francisco, turismo em Pirapora acumula perdas
No norte de Minas, cidade perda verba de turismo e usa carro-pipa com diminuição na vazão do rio
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Folha de São Paulo
29/08/2018
Seca do Rio São Francisco em Pirapora levou a aposentadoria o barco turístico Benjamim Guimarães; construído em 1913 e tombado, o passeio ere um dos principais pontos turísticos do local - Danilo Verpa / Folhapress
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
A incapacidade volumétrica do Rio São Francisco, para o atendimento das suas conflituosas e crescentes demandas volumétricas, foi um dos principais motivos levados a me posicionar contrário ao projeto de transposição de suas águas. Ora, em um momento no qual, a Chesf já não consegue mais gerar a energia necessária para o desenvolvimento da região Nordeste, por falta de água no rio; os irrigantes de sua bacia hidrográfica necessitarem de flutuadores para captação de água na represa de Sobradinho, para não perderem os seus cultivos irrigados; de não ser mais possível à navegação com embarcações de grande calado, em seu leito, devido aos bancos de areia existentes, é que me vem à certeza de que minhas denúncias decanas sobre a impossibilidade de o rio vir atender, com seus volumes, o abastecimento de 12 milhões de pessoas no Setentrional nordestino, estavam corretas. E esse quadro tende a piorar, na medida em que o poder público continue a entender, que os recursos hídricos da região são infinitos e que, portanto, podem ser utilizados a bel prazer. O Sertão não virou Mar, e a gota de água, ainda existente, tem que ser buscada com certo grau de inteligência, para não acontecer o pior!
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