Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Transposição do Rio São Francisco > Operação Carro-pipa' volta a abastecer Zona Rural de Campina Grande
Início do conteúdo da página

Operação Carro-pipa' volta a abastecer Zona Rural de Campina Grande

Publicado: Quarta, 22 de Agosto de 2018, 11h07 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h38 | Acessos: 326
Operação foi suspensa em abril e voltou a ser realizada em agosto pelo Exército e secretaria de agricultura.

Por G1 PB


16/08/2018
"Operação Carro-pipa" volta a abastecer cisternas da zona rural de Campina Grande (Foto: Reprodução / TV Paraíba)
"Operação Carro-pipa" volta a abastecer cisternas da zona rural de Campina Grande (Foto: Reprodução / TV Paraíba)

A "Operação Carro-pipa" voltou a abastecer as 23 comunidades da Zona Rural de Campina Grande desde o início de agosto. Ao todo, 10 veículos devem levar água até sítios e assentamentos dos distritos de Galante, São José da Mata e Catolé de Boa Vista.
A ação havia sido suspensa em abril deste ano quando as chuvas aumentaram os níveis dos reservatórios da região. Segundo a secretaria de agricultura de Campina Grande, os meses de junho e julho foram muito secos. Além disso, a secretaria também informou que o mês agosto segue a sequência do mau tempo.
De acordo com 31º Batalhão de Infantaria Motorizada do Exército, cerca de 2,3 milhões de metros cúbicos de água são levados para 10 cisternas divididas entre as comunidades. Cada uma delas recebe um volume diferente de água, que varia de acordo com a demanda do local.
Na próxima semana, três carros locados pela secretaria de agricultura da cidade devem se unir para reforçar o abastecimento. Eles esperam pela autorização da Companhia de Água e Esgotos de Paraíba (Cagepa), que deve acontecer até esta sexta-feira (17).

Veja as comunidades que são abastecidas pela 'Operação Carro-pipa'

Distrito de Galante:
  • Sítio Caridade;
  • Sítio Barreto;
  • Sítio Jacu;
  • Sítio Brito;
  • Sítio Jorge.
Catolé de Boa Vista:
  • Assentamento Pequeno Richard;
  • Assentamento Venâncio Tomé;
  • Assentamento Vitória;
  • Assentamento Antônio Euflauzino;
  • Sítio Queimada da Ema;
  • Sítio Gonçalo;
  • Sítio São Pedro;
  • Sítio Açúcar Branco;
  • Sítio Paus Brancos;
  • Sítio Logradouro;
  • Sítio Boi Velho.
São José da Mata:
  • Assentamento Cajazeiras;
  • Assentamento Campo D’angola;
  • Sítio Covão;
  • Olho D’água;
  • Monte Alegre.


COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

O que havia previsto desde o mês março, aconteceu: os racionamentos de água voltaram a existir no entorno de Campina Grande. Foram vários os alertas que circulei em rede, em relação à falta de gestão das águas de Boqueirão de Cabaceira, que poderiam, de acordo com a não observância desses alertas, levar à represa novamente, e de forma rápida, ao seu volume morto. Abaixo a relação de textos com meus alertas, em ordem cronológica.


Açude de Boqueirão passa dos 15% de sua capacidade total (março)

E o exemplo de Boqueirão de Cabaceiras, para mim, é muito claro: ao invés de se estabelecer um programa decente de acumulação de suas águas, para usos futuros, o que se viu ultimamente foi a pressa de se abrir as comportas de Boqueirão, para o abastecimento da represa de Acauã e, com isso, “garantir” o atendimento das demandas do povo e se começar o uso da água no agronegócio.

Mesmo com a paralisação da transposição para Boqueirão, açude continua a ganhar grande volume (abril)
Vejo uma ótima oportunidade para o Poder Público começar um trabalho de recuperação da represa de Boqueirão, contando com a adoção dos preceitos hidrológicos que o caso exige. Refiro-me à utilização dos volumes de regularização da represa, 100% garantidos.

Volume de Boqueirão de Cabaceiras começa a despencar (maio)
A preocupação fica evidenciada, devido à necessidade de se proceder, daqui para frente, a gestão eficiente nos volumes da citada represa, sob pena de ela voltar a atingir o volume morto, com certa rapidez.

Capacidade de Boqueirão de Cabaceiras cai, e situação deve piorar (junho)
Na matéria existe um claro desentendimento de informações entre o poder público estadual e os órgãos federais responsáveis pelos recursos hídricos da nação brasileira.

Mesmo sem chuvas e sem transposição, água de Boqueirão abasteceria Campina Grande por 2 anos (junho)
A previsão de que os volumes armazenados em Boqueirão durarão 2 anos, talvez não se concretize. O açude poderá vir atingir o volume morto, bem antes disso!

Capacidade de Boqueirão de Cabaceiras cai, e situação deve piorar (julho)
Na matéria existe um claro desentendimento de informações entre o poder público estadual e os órgãos federais responsáveis pelos recursos hídricos da nação brasileira.

Boqueirão de Cabaceiras perde água, mas Cagepa descarta racionamento (agosto)
Já vimos esse filme antes. Se não houver medidas concretas e claras, adotadas pelo poder público, no sentido de estancar essa sangria, em direção ao açude de Acauã, a represa de Boqueirão de Cabaceira poderá voltar a atingir o volume morto dentro em breve.
Para melhor entendimento do leitor, a represa de Boqueirão de Cabaceiras regulariza o Rio Paraíba em cerca de 1,25 m³/s, com 100% de garantia de uso de suas águas. Ocorre que na quadra chuvosa de 2018, o poder público abriu suas comportas, para salvar a represa de Acauã, quando Boqueirão estava com seu percentual volumétrico com cerca de 15% apenas, e sem contar com os aportes volumétricos oriundos do projeto da transposição. Em nossa avaliação, essa manobra nas comportas de Boqueirão de Cabaceiras, em socorro a Acauã, ocorreu em tempo inoportuno e totalmente fora de contexto no processo de regularização volumétrica do Rio Paraíba, onde se estava utilizando um volume maior, de Boqueirão, do que aquele preconizado, pela represa, para a regularização do rio, o que, fatalmente, iria antecipar a sua depreciação e possibilitar a volta do volume morto. Na tentativa de desacelerar esse processo, as autoridades iniciaram o racionamento no entorno de Campina Grande. Nesse caso, caberia ao poder público encontrar meios mais adequados para contornar o problema, através da adoção e cumprimento das sugestões dos órgãos oficiais responsáveis pelo setor hídrico nacional, e contando, também, com as redes sociais que têm trabalhos técnicos excelentes, voltados para as questões da gestão eficiente dos usos das águas interiores regionais. Nesse quesito, a Paraíba tem excelentes técnicos, e eles deveriam ser melhor ouvidos!
Fim do conteúdo da página

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o fundaj.gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de privacidade. Se você concorda, clique em ACEITO.