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Sem escola e água potável, desapropriados das obras do São Francisco cobram infraestrutura de vilas produtivas http://www.suassuna.net.br/2018/08/sem-escola-e-agua-potavel.html

Publicado: Sexta, 17 de Agosto de 2018, 10h26 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h38 | Acessos: 451
Vilas rurais foram construídas pelo governo federal no Sertão de PE para abrigar famílias que saíram de casa para a transposição do rio.
Assista ao vídeo da matéria, no endereço abaixo

Por G1 Petrolina
14/08/2018

Escola da Vila Produtiva Rural Malícia em Salgueiro (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)
Escola da Vila Produtiva Rural Malícia em Salgueiro (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)

Há 11 anos as obras de transposição do Rio São Francisco chegaram a Salgueiro, no Sertão Pernambuco. Para dar passagem aos canais, famílias foram transferidas para vilas produtivas rurais, construídas pelo Ministério da Integração Nacional. De acordo com os desapropriados, a promessa era de que esses lugares teriam uma infraestrutura necessária para que eles pudessem viver bem. Entretanto, essas condições ainda não foram atendidas.
O local previsto para funcionar uma escola na Vila Produtiva Rural Malícia encontra-se muita sujeira e abandono. "A cena aqui é muito triste, porque você ver uma escola abandonada desse jeito, com a criançada ter que se deslocar daqui pra outra comunidade pra estudar. É muito dinheiro jogado no mato aqui né? E a situação aqui é feia, não funciona nada aqui,tá tudo acabado aqui a escola, as portas, não tem portas. Acabou-se tudo", lamenta o agricultor Francisco Vieira Filho.
O adolescente Victor Lucena, de 17 anos, tem que percorrer mais de 20 quilômetros, todos os dias, pra conseguir estudar. "Eu saio daqui da vila e vou pra Penaforte, no Ceará, pra pegar um carro, que de lá eu vou pra Salgueiro estudar. Eu saio daqui mais ou menos umas 5 horas da manhã e chego 7 horas da noite, todo dia", explica.

A situação não é diferente na saúde, o posto de saúde da vila nunca funcionou e acabou virando depósito de garrafas e ninho para as galinhas. "É uma sensação de descaso com o dinheiro público e com nós da comunidade, porque a gente poderia estar tendo médico de 15 em 15 dias, dentista, enfermeira e remédio mais próximo”, afirma a agricultora Sandra Maria de Lucena.
Sebastião, que tem alzheimer, precisa ir ao médico, e os filhos têm que pegar um carro para levá-lo até o centro do município de Salgueiro, uma viagem de 30 quilômetros. "É muita dificuldade pra gente, pra ele principalmente né? se tivesse um posto aqui, um posto de saúde pra fazer alguma coisa por ele, que é uma pessoa que precisa demais, a gente tá vendo né. Se fosse aqui era bem mais fácil. Agente esperava ter [ um posto], mas até agora não chegou", ressalta o filho Pedro Sebastião dos Santos.
Até água que chega às torneiras da vila em Salgueiro ainda não é potável. "Essa água que nós estamos recebendo é uma água salobra, tem um mau cheiro, não dá pra gente beber ela de jeito nenhum que ela é muito salgada”, conta o agricultor Cícero Luís de Souza.
Posto de saúde da Vila Produtiva Rural Malícia em Salgueiro nunca funcionou (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)
Posto de saúde da Vila Produtiva Rural Malícia em Salgueiro nunca funcionou (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)

Essa é a situação das 18 vilas produtivas rurais, espalhadas pelos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba. O projeto começou em 2007, para abrigar cerca de 5 mil pessoas, que saíram de casa, para a construção das obras de transposição do Rio São Francisco. Um custo de R$ 207 milhões de reais aos cofres da união.
O projeto de transposição ainda não ficou pronto. A entrega está atrasada há seis anos, e durante esse período, o orçamento inicial da obra mais que dobrou. O agricultor Damião Vieira disse que diante dessa situação, o sentimento é de tristeza . "Nós tínhamos tudo, as plantações, tinha os animais e hoje a gente não tem nada. Nós prometeram a gente vir pra umas novas estruturas, com água do Rio São Francisco, e até hoje não passou essa água no canal".
Obra do projeto de transposição em Salgueiro (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)
Obra do projeto de transposição em Salgueiro (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)

Em nota, o Ministério da Integração Nacional informou que a ativação e a manutenção dos postos médicos e das escolas devem ser determinadas pela comunidade e por gestores dos municípios. O ministério informou ainda que vai agendar encontros com representantes das duas prefeituras.
Já sobre a denúncia de que a água dos carros-pipa é imprópria para o consumo, o ministério da integração garantiu que a água ofertada para os moradores das vilas produtivas rurais é potável.

A Prefeitura de Salgueiro informou também através de nota, que as vilas são de propriedade do Ministério da Integração e que, por isso, não pode interferir.
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