COPASA: UM PROBLEMA POLÍTICO ESTADUAL, por Apolo Heringer Lisboa* (Agosto 2017)
Os municípios de Minas Gerais que concederam seus serviços de saneamento à Copasa estão vivendo um conflito político generalizado, que extrapolou o nível municipal, é estadual. É necessário agir em instâncias mais amplas, mobilizando o Ministério Público Estadual e o Poder Judiciário. São problemas pipocando no Sul de Minas, no sistema Copanorte, em Três Marias, Montes Claros, Curvelo, Belo Horizonte e por aí vai. Isoladamente, município por município, é uma estratégia boa para a Copasa e péssima do ponto de vista dos municípios.
Vejam aqui o caso denunciado ontem por moradores pescadores de Três Marias, em vídeo mostrando os esgotos da cidade sendo lançados diretamente no Rio da Integração Nacional.
*Apolo Heringer Lisboa – Coordenador do Projeto Manuelzão e membro do Movimento Carta de Morrinhos
COMENTÁRIOS
João Suassuna – Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco
Venho denunciado, faz tempo, a questão da má qualidade das águas do Rio São Francisco para fins de abastecimento humano. O lançamento de esgotos “in natura”, na calha do rio, é um fato corriqueiro. Não só esgotos domésticos, mas industriais e de mineradoras, também. A carga de coliformes fecais no Velho Chico é intensa. Ações desse tipo, partindo de uma companhia que, em tese, deveria tratar os esgotos dos mineiros, é um fato lamentável. E é com essa qualidade de água, que o poder público está abastecendo a represa de Boqueirão de Cabaceiras, por intermédio do projeto da Transposição, servindo a população de Campina Grande e de 18 municípios paraibanos de seu entorno. Não precisa ser um especialista em Saúde Pública para se chegar à conclusão, de que isso poderá resultar em uma grande catástrofe. Volto a insistir no perigo de que, populações inteiras poderão ser acometidas por hepatites, esquistossomoses, entre outras enfermidades, doenças veiculadas pela água.
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